Governo não sabe quando resolverá rombo do setor elétrico

A solução para o problema depende da aprovação de um projeto de lei já aprovado no Senado Federal e que aguarda votação da Câmara

© Pixabay

Economia Negócio 04/04/19 POR Notícias Ao Minuto

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério de Minas e Energia não tem uma previsão de quando conseguirá resolver a disputa entre governo e geradores de energia, que há anos deixa um rombo bilionário no setor elétrico, devido ao chamado risco hidrológico.

PUB

A solução para o problema depende da aprovação de um projeto de lei já aprovado no Senado Federal e que aguarda votação da Câmara. A articulação com os parlamentares é o único fator que falta para aprovar as medidas, que já são consenso entre atores do setor elétrico, afirmou Ricardo Cyrino, secretário de energia elétrica do ministério, nesta quarta-feira (3), em evento do banco Bradesco.

"O prazo [para votar] é o quanto antes possível. É uma prioridade do ministro. Há uma necessidade de deixar o ambiente preparado para essa votação. O ministro colocou um prazo de um mês [em janeiro deste ano] e esse prazo já foi por questões fora do alcance dele, mas ele está bastante empenhado", afirmou.

Ao ser perguntado se a aprovação do projeto terá que esperar a reforma da Previdência, o secretário disse que não conhecia ao certo a "fila" de pautas do Congresso. "Essas outras pautas [Previdência e pacote de segurança] são prioritárias para o governo, e a pauta prioritária para o Ministério de Minas e Energia é o risco hidrológico.

Veja também: Audiência na Câmara com Guedes termina em confusão

O ministro tem se empenhado para alocar essa prioridade junto com as demais."O problema do risco hidrológico começou em 2014, quando a seca passou a reduzir a capacidade de geração das usinas hidrelétricas, principal fonte de energia do país. Para honrar com os contratos assumidos, as usinas passaram a ter que comprar energia no chamado mercado de curto prazo, cujos preços são mais elevados.

A situação se agravou porque a ONS (órgão federal que controla a operação das usinas) passou a priorizar o acionamento de usinas térmicas, para preservar os reservatórios de água. Assim, mesmo que as usinas tivessem capacidade para operar, eram "impedidas" pelo governo.

A reação dos geradores foi acionar a Justiça: diversas associações conseguiram liminares que isentavam as empresas de arcar com esses custos, ou ao menos parte deles. O resultado é uma conta de cerca de R$ 7 bilhões na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), órgão no qual ocorre a liquidação dos contratos de compra e venda de energia elétrica.Associações e empresas veem a briga como um dos principais problemas do setor elétrico.

A proposta do governo para solucionar o problema é prorrogar a concessão dos geradores de energia e, em troca, exigir a retomada dos pagamentos devidos e a retirada das ações judiciais por parte dos geradores.

A ideia já é aceita pela maioria dos atores do mercado há tempos. No entanto, sua aplicação depende de uma nova lei. A solução acabou não avançando no Congresso no último governo porque foi enviada ao Legislativo juntamente com outras medidas, polêmicas, referentes à privatização das distribuidoras da Eletrobras.

PRIVATIZAÇÃO

Tanto Cyrino como o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, voltaram a afirmar que o modelo de desestatização da estatal elétrica seria divulgado em junho e que ainda não foi definido.

"Até junho teremos um debate sobre as alternativas de tragam maior valor para a sociedade como um todo, melhores tarifas para consumidores, retorno para os acionistas, e aquela que politicamente for mais viável de ser feita, uma vez que terá que ser submetida ao Congresso nacional", afirmou Ferreira.

A ideia do governo é fazer uma capitalização da Eletrobras, que permitira a entrada de capital privado na estatal. O governo perderia o controle da empresa, mas manteria poder de veto para questões estratégicas por meio de uma "golden share".

O ministério, porém, não tem dado informações adicionais sobre eventuais mudanças em relação ao projeto apresentado pela gestão anterior, do governo de Michel Temer.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 18 Horas

Morre aos 95 anos o ator e comediante José Santa Cruz

tech ESA Há 16 Horas

Sonda da Agência Europeia detecta 'aranhas' em Marte

fama DEBORAH-EVELYN Há 15 Horas

Famosos cometem gafe ao elogiar Deborah Evelyn em foto com marido

mundo Titanic Há 18 Horas

Relógio de ouro do homem mais rico no Titanic vai ser leiloado

lifestyle Signos Há 15 Horas

Estes são os três signos que adoram ser independentes!

brasil Paraíba Há 14 Horas

Menina de 6 anos tem pinos colocados em perna errada

mundo Argentina Há 18 Horas

Bebê morre após ser abandonado pela mãe em stand de carros na Argentina

fama Iraque Há 10 Horas

Influencer iraquiana é morta a tiros em Bagdá

tech Ataque Há 15 Horas

Hackers vazam imagens de pacientes de cirurgia nus e prontuários de clínica de saúde sexual

mundo Equador Há 17 Horas

Queda de helicóptero militar no Equador causa morte dos oito tripulantes