Trazer carro da Coreia do Sul é mais barato que do México

A diferença nos custos não é compensada pela isenção de 35% do imposto de importação que beneficia os veículos produzidos no México

© Paulo Whitaker / Reuters

Economia Diferenças 04/04/19 POR Folhapress

EDUARDO SODRÉ (FOLHAPRESS) - O acordo de livre comércio com o México não vai mudar em nada a vida da Kia Motors do Brasil. A afirmação é de José Luiz Gandini, presidente da empresa sul-coreana no país. A marca tem uma fábrica no município de Pesquería, no norte do país, que começou a operar em 2016. "O carro mexicano é muito mais caro que o carro sul-coreano", diz o executivo.

PUB

+ Mercado reage mal à fala de Guedes, e Bolsa recua a 94 mil pontos

Segundo Gandini, a diferença nos custos não é compensada pela isenção de 35% do imposto de importação que beneficia os veículos produzidos no México. Ele também não espera uma alta expressiva dos emplacamentos -hoje, as vendas da marca estão dentro das cotas estabelecidas anteriormente, o que já garantia a isenção de impostos.

Atualmente, o único automóvel trazido do México pela Kia é o sedã médio Cerato (R$ 76 mil), que teve 547 unidades comercializadas no primeiro trimestre, de acordo com a Fenabrave (entidade que reúne as distribuidoras de veículos). O modelo mais vendido da marca no Brasil é o utilitário Sportage, produzido na Coreia do Sul. O modelo, que custa a partir de R$ 113 mil, teve 1.005 unidades emplacadas entre janeiro e março.

Grandes volumes só seriam atingidos caso o compacto mexicano Kia Rio começasse a ser importado. Contudo, Gandini afirma que o modelo não teria preço competitivo com o dólar atual. O executivo, que também é presidente da Abeifa (associação que representa as importadoras de veículos), está mais preocupado com problemas na aprovação da reforma da Previdência. Na opinião dele, um desfecho favorável ao governo nesse processo faria a moeda americana estacionar na casa de R$ 3,70.

Outra esperança é uma alteração no imposto de importação. Gandini afirma que há uma possibilidade de redução para 15% ainda no primeiro semestre, mas essa mudança ainda estaria em estudo e sem confirmação do Ministério da Fazenda. "Se isso ocorrer, anula o efeito câmbio", diz o presidente da Kia.

Para a Anfavea (associação nacional dos fabricantes de automóveis), o acordo de livre comércio sem cotas coloca em risco a indústria nacional. Os custos menores de produção no México tornariam o Brasil menos atraente. Contudo, essa avaliação não é unânime entre as associadas.

"O fluxo não é mais como antes, não tenho preocupação com uma invasão de produtos mexicanos e acredito que o acordo permite que façamos uma complementação. Hoje, pelos custos, é impossível produzir localmente nossa linha completa de veículos, há muita diversidade de tecnologias", diz Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul. Hoje, a Ford traz do México o sedã Fusion. A montadora aguarda a definição sobre o local de produção do novo utilitário Escape, que também pode ser montado naquele país.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Rei Charles III Há 23 Horas

Saúde de Charles III piora e detalhes do funeral são refeitos, diz site

lifestyle Câncer Há 21 Horas

10 sintomas de câncer que muitas vezes passam despercebidos

fama Salma Hayek Há 23 Horas

Salma Hayek celebra 15 anos de casamento com fotos inéditas da cerimônia

fama Argentina 26/04/24

Miss Universo Buenos Aires elege modelo de 60 anos; conheça

fama Luto Há 14 Horas

Morre Anderson Leonardo, vocalista do Molejo, vítima de câncer

esporte Brasil Há 18 Horas

Estátua de Daniel Alves em Juazeiro vai ser retirada; entenda

lifestyle Peso Há 23 Horas

Especialista revela os alimentos populares que engordam (e muito)

fama Redes Sociais Há 15 Horas

Livian Aragão, filha de Didi, sugere plágio e leva invertida na web

fama Emergência Médica Há 22 Horas

Cantor Anderson Leonardo, tem piora, e seu estado de saúde é grave

economia Reforma Tributária Há 22 Horas

Texto da reforma tributária traz lista de profissões que terão imposto menor