Decreto de Bolsonaro dá acesso a armamento mais potente

Entre os itens liberados há pistolas .40, .45 e 9 mm, além de carabina .40 e espingarda de calibre 12

© Marcos Corrêa/PR

Brasil Política 09/05/19 POR Estadao Conteudo

Com o decreto do presidente Jair Bolsonaro, armamentos e munições que antes eram restritos a policiais e membros das Forças Armadas agora também podem ser usados ou adquiridos por quem tiver o porte. Entre os itens liberados há pistolas .40, .45 e 9 mm, além de carabina .40 e espingarda de calibre 12.

PUB

O texto do decreto altera a regulamentação anterior e modifica critérios técnicos para a classificação de armas como de "uso permitido", "restrito" ou "proibido". Na prática, todas as pessoas que obtenham porte passam a poder ter acesso a armamentos mais potentes.

O regulamento de agora permite aquisição de armas de cano curto, semiautomáticas ou de repetição, que não atinjam energia cinética superior a 1.620 joules. Na regra anterior, o teto de energia do disparo era de 407 joules. O novo limite abarca pistolas e carabinas .40, armas usadas pelas Polícias Militar e Civil, e também munições 9 mm, o calibre utilizado pelo Exército Brasileiro.

Para o coordenador do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, a medida "inverte a lógica de que o Estado, para exercer controle, deve ter poder de fogo maior". "Hoje, um patrulheiro da PM anda só com uma pistola .40, então você vai poder ter casos em que o cidadão vai estar mais armado que a própria polícia", afirma. "Isso pode ter impacto, até mesmo, para vitimização dos policiais."

Já o senador Major Olímpio (PSL-SP) acredita que a mudança trará mais segurança para os usuários e diminuirá risco de acidentes. "Isso não tira competência das polícias nem capacidade de força", diz.

Segundo o senador, os calibres que foram liberados teriam maior "poder de parada" e seriam menos propensos a perfurações, comparado aos que já eram de uso permitido. "As armas serão usadas para defesa e para rechaçar agressões injustas, com menor risco de atingir outras pessoas."

Críticas

Uma vez classificada como de uso permitido, o limite para compra de cartuchos também sobre de 50 para 5 mil por ano. Especialistas, no entanto, usam pesquisas que apontam a relação entre o número de armas legais com o número de armas ilegais para criticar a medida. "Quanto mais gente acessa, mais o crime vai acessar", afirma Langeani.

"O presidente e os parlamentos não aceitam evidências nem pesquisas que mostram que, onde há mais armas, há mais mortes", diz o coronel da reserva da PM José Vicente Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública. "Em períodos que houve liberação de arma, foi quando a taxa de homicídios cresceu 8% ao ano." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Insólito Há 20 Horas

Viúvo casa com sogra e cerimônia é organizada pelo sogro; entenda

mundo RÚSSIA-UCRÂNIA Há 18 Horas

Putin ameaça ataque nuclear contra o Ocidente na Ucrânia

mundo França Há 13 Horas

Jovem mata a avó com serra elétrica e tenta esconder corpo no galinheiro

mundo Espanha Há 15 Horas

Jovem morre atropelado por metrô após descer à linha para urinar

mundo México Há 20 Horas

Três turistas são mortos e jogados em poço em viagem de surf no México

mundo EUA Há 13 Horas

Homem dispara contra padre durante missa e arma trava: "Milagre"

fama GABRIELA-DUARTE Há 16 Horas

Gabriela Duarte critica Globo por deixar Regina de fora de documentário: 'Desprezo'

brasil Rio Grande do Sul Há 21 Horas

Quase 850 mil pessoas são afetadas por chuvas no Rio Grande do Sul

politica Bolsonaro Há 19 Horas

Bolsonaro volta a ser internado em Manaus após infecção na perna e no braço

mundo EUA Há 21 Horas

Polícia surpreende homem que queria companhia para festejar aniversário