Investigação contra Assange é reaberta por suspeita de abuso

O caso teria acontecido em 2010 durante uma viagem de Assange a Estocolmo

© Twitter

Mundo Estocolmo 13/05/19 POR Notícias Ao Minuto

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) - A Promotoria sueca reabriu nesta segunda-feira (13) uma investigação contra o australiano Julian Assange por abuso sexual. A acusação remonta a 2010, mas a apuração do caso havia sido suspensa em 2017 porque o fundador do WikiLeaks pedira asilo na embaixada do Equador em Londres em 2012, e não havia perspectiva de que saísse do edifício.

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Em abril, após sete anos, o Equador expulsou Assange de sua representação diplomática e o entregou para a polícia britânica. Ele então foi preso por desrespeitar as condições de sua liberdade condicional e, dias depois, condenado a uma reclusão de 50 semanas (quase um ano), pelo mesmo delito.

Em 2010, duas mulheres acusaram separadamente o australiano de estupro durante uma viagem dele a Estocolmo -o anúncio desta segunda se refere a um desses casos.

Com isso, as autoridades suecas iniciaram uma investigação contra Assange. Além de estupro, ele também era suspeito de abuso sexual e coação, mas estes dois crimes já prescreveram.

No fim de 2010, com o avanço das investigações, o programador se entregou às autoridades do Reino Unido, pagou fiança e logo foi libertado.

Quando esgotou os recursos contra o mandado de extradição emitido pela Suécia, em 2012, ele buscou refúgio na embaixada equatoriana, infringindo os termos de sua condicional.

Segundo a defesa do australiano, o temor era de que a transferência para a Suécia fosse o primeiro passo de uma extradição para os Estados Unidos, onde ele é acusado de vazar documentos diplomáticos e militares secretos -relativos, por exemplo, ao monitoramento de aliados dos EUA pela inteligência de Washington.

Segundo Eva-Marie Persson, promotora sueca responsável por anunciar a decisão de reabrir o caso nesta segunda, o país também pedirá a extradição do australiano. Ele pode ser condenado a até quatro anos de prisão na Suécia.

Com isso, disse ela, caberá ao Reino Unido decidir qual dos dois países -EUA ou Suécia- tem precedência e, portanto, receberá o programador primeiro. Por isso, o procedimento pode dificultar a tentativa de Washington de levar o programador para ser julgado no país.

Isso acontece se ele for extraditado primeiro para a Suécia. Nesse caso, informa o jornal The New York Times, tanto o governo britânico quanto o sueco precisariam autorizar uma extradição posterior para os EUA.

A advogada da suposta vítima elogiou a decisão de reabrir o caso e pediu pressa para que a acusação não prescreva, o que deve ocorrer no meio do ano que vem.

"Minha cliente está muito grata e esperançosa de que conseguirá justiça", disse a advogada, Elisabeth Massi Fritz, em uma entrevista coletiva nesta segunda -o nome da vítima não foi divulgado.

O WikiLeaks afirmou também nesta segunda que a reabertura da investigação permitirá que Assange prove sua inocência e disse que o caso é alvo de pressão política.

Um dos advogados do australiano, Per Samuelson, disse à agência Reuters que no momento a prioridade é impedir que seu cliente seja extraditado para os EUA e que ele irá cooperar com a Justiça sueca.

O processo contra Assange nos EUA prevê pena de até cinco anos de prisão. O australiano ficou conhecido por criar, em 2006, o WikiLeaks, site dedicado a receber e publicar informações confidenciais, protegendo a identidade de quem vazou os dados.

Em 2010, o site publicou uma série de documentos secretos do governo americano, incluindo comunicações sobre as campanhas nas guerras do Afeganistão e do Iraque. É por este caso que Assange está sendo acusado nos EUA.

Procuradores americanos disseram que o australiano está sendo processado por conspiração e por tentar violar as senhas e invadir um computador do Departamento de Defesa dos Estados Unidos que guardava informações confidenciais, num caso que envolveu a ex-analista de inteligência do Exército Chelsea Manning.

Manning, presa em 2010, foi condenada a 35 anos de prisão por vazar documentos ao WikiLeaks, mas teve a pena reduzida por decisão do então presidente Barack Obama e foi solta em 2017.

Nas eleições de 2016, o site divulgou também e-mails e documentos do partido Democrata que trouxeram problemas para a candidatura de Hillary Clinton, derrotada por Donald Trump. O material foi obtido por militares russos, de acordo com investigadores dos EUA.

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