Grupo armado tomou área Waiãpi no Amapá, diz Funai

A Funai diz que o grupo, formado por 10 a 15 homens, foi o responsável pelo assassinato do líder Emyra Waiãpi

© DZackCulver / Pixabay

Política Conflito 29/07/19 POR Folhapress

MANAUS, AM, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Portando armas de grosso calibre, um grupo de até 15 invasores da Terra Indígena Waiãpi, no oeste do Amapá, tomou uma aldeia e tem feito incursões para intimidar índios que habitam uma região remota, afirma documento interno da Funai (Fundação Nacional do Índio).

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Baseada em relatos dos waiãpis, a Funai diz que o grupo, formado por 10 a 15 homens, foi o responsável pelo assassinato do líder Emyra Waiãpi, na semana passada. O órgão indigenista ressalva que ainda não esteve no local do crime, acessível apenas após uma viagem de carro, de barco e a pé.

A invasão ocorre em meio a seguidas declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que pretende legalizar mineração e garimpos em terras indígenas, uma promessa de campanha. A mudança na legislação, no entanto, precisa do aval do Congresso.

O documento da Funai afirma que os invasores estão dormindo na aldeia Aramirã, forçando os waiãpis a se concentrarem em uma comunidade vizinha, Marity, a 40 minutos a pé. A Funai orientou os indígenas a não se aproximarem dos homens armados, possivelmente garimpeiros. A região é rica em ouro.

"Podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto", concluiu o memorando interno, que recomenda que a presidência da Funai busque o apoio da Polícia Federal e do Exército.

Em nota, o Conselho das Aldeias Wajãpi (Apina), informou que o Emyra foi assassinado na segunda-feira (22), mas que não houve testemunhas e que o corpo só foi encontrado no dia seguinte.

Já os waiãpis afirmam que, na sexta (26), indígenas da aldeia Yvytotõ encontraram não índios armados. "À noite, os invasores entraram na aldeia e se instalaram em uma das casas, ameaçando os moradores", diz o comunicado dos índios.

Neste domingo (28), agentes da PF e da PM do Amapá chegaram à TI Waiãpi, somando-se a uma equipe da Funai. O Ministério Público Federal no Amapá abriu uma investigação sobre o caso. Já a PF instaurou um inquérito. Um dia antes, Bolsonaro, um opositor histórico das demarcações, disse que quer o filho, Eduardo, como embaixador do Brasil nos EUA para que ele possa atrair investimento norte-americano na exploração de minérios em territórios indígenas.

Na semana passada, em visita a Manaus, o presidente voltou a prometer a legalização de garimpos, que hoje devastam e contaminam diversas terras indígenas, incluindo a dos ianomâmis (RR e AM), dos mundurucus (PA) e dos cinta-larga (RO). Na terça (23), o jornal O Globo revelou que o governo Bolsonaro finalizou a minuta de um projeto que regulamenta a mineração em terras indígenas.

No início do governo, Bolsonaro transferiu a demarcação das terras indígenas e quilombolas para o Ministério da Agricultura, controlado por ruralistas. Além disso, a Funai passou do Ministério da Justiça (Sergio Moro) para a pasta de Direitos Humanos, de Damares Alves. Ambas as mudanças, porém, foram barradas pelo STF e pelo Congresso, respectivamente.

Em junho, após ser demitido da Funai, o general Franklimberg Ribeiro de Freitas reclamou da "saliva ódio aos indígenas". Bolsonaro então nomeou para comandar a Funai o delegado da PF Marcelo Augusto Xavier da Silva.

Em nota, a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) diz que a invasão aos waiãpis é resultado dos "posicionamentos intransigentes, irresponsáveis, autoritários, preconceituosos, arrogantes e desrespeitosos do atual governo".

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