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Seis crianças morreram este ano vítimas de balas perdidas no Rio

Uma menina de 5 anos morreu na terça-feira, vítima de uma bala perdida no bairro de Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, tornando-se na sexta criança a morrer desta forma em 2019

Notícias ao Minuto Brasil

18:30 - 13/11/19 por Notícias ao Minuto Brasil

Brasil Violência

Uma menina de 5 anos morreu na terça-feira, vítima de uma bala perdida no bairro de Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, tornando-se na sexta criança a morrer desta forma em 2019 no Estado. A menor, Ketellen de Oliveira Gomes, estava na tarde de terça-feira a caminho da escola, de bicicleta, acompanhada pela mãe, quando teve início um tiroteio que acabou atingindo a criança.

Segundo a imprensa local, a criança chegou a ser levada para um centro de saúde e, posteriormente para um hospital, onde foi operada, mas acabou morrendo no final do dia.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, utilizou hoje a rede social para lamentar a morte da criança, acrescentando que pediu a apuração rigorosa do crime.

"Lamento a morte da menina Ketellen, em Realengo, vítima de tiroteio entre bandidos. Determinei à Polícia Civil a apuração rigorosa desse crime e dos outros que atingiram seis crianças neste ano", escreveu o governador no Twitter.

De acordo com informações da Polícia Militar, os tiros teriam partido de um carro.

Ketellen de Oliveira Gomes junta-se a Jenifer Silene Gomes, de 11 anos, baleada em fevereiro; Kauan Peixoto, de 12 anos, morto em março; Kauã Rozário, de 11 anos, atingido em maio por uma bala perdida durante um tiroteio; Kauê dos Santos, de 12 anos, baleado durante uma operação policial em setembro, e Ágatha Félix, de 8 anos, atingida também em setembro por uma bala nas costas quando estava numa Kombi com a mãe.

Em comum, além de serem crianças, todas viviam em regiões pobres e com elevados índices de criminalidade no Rio de Janeiro.

Em 2017 registrou-se, em média, o homicídio diário de 32 crianças e adolescentes, dos 10 aos 19 anos, no Brasil, segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado na terça-feira.

Na celebração do 30.º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, a Unicef lançou um relatório com os principais avanços e desafios enfrentados por crianças e jovens brasileiros, frisando que, apesar de o país sul-americano ter alcançado "conquistas importantes", ainda enfrenta vários problemas.

"É na área de proteção à criança que o país enfrenta os seus maiores desafios. Em 30 anos, o Brasil viu crescer a violência armada em diversas cidades e hoje está diante de um quadro alarmante de homicídios. A cada dia, 32 meninas e meninos dos 10 aos 19 anos são assassinados no país. Em 2017, foram 11,8 mil mortes", apontou o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

As vítimas são, na sua maioria, do sexo masculino, negros, pobres, que vivem nas periferias e em áreas metropolitanas das grandes cidades, em bairros desprovidos de serviços básicos de saúde, assistência social, educação, cultura e lazer.

Segundo uma análise de dados feita pela Unicef em 10 capitais, 2,6 milhões de crianças vivem em áreas diretamente afetadas pela violência. "Morar num território vulnerável faz com que crianças e adolescentes estejam mais expostos à violência armada", destaca-se no relatório.

Nos últimos 10 anos, o número de homicídios entre adolescentes brancos tem diminuído, enquanto o assassinato de negros apresenta um crescimento. Em 2017, 82,9% dos 11,8 mil casos de assassinato de crianças e adolescentes com idades entre os 10 e 19 anos no Brasil foram entre "não brancos".

"Reverter esse quadro é urgente. É preciso investir nos territórios mais vulneráveis, com políticas públicas de qualidade, voltadas a cada criança e a cada adolescente, em especial os mais excluídos. Temos que oferecer a eles um ambiente seguro em que possam desenvolver plenamente o seu potencial", declarou Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.

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