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Após acusações de racismo, Bombril retira esponja 'Krespinha' de site

No Twitter a hashtag #BombrilRacista chegou aos assuntos mais comentados da rede social, com diversas críticas por parte dos usuários.

Após acusações de racismo, Bombril retira esponja 'Krespinha' de site
Notícias ao Minuto Brasil

21:45 - 17/06/20 por Estadao Conteudo

Brasil Racismo

A marca de produtos de limpeza Bombril foi criticada nas redes sociais nesta quarta-feira, 17, após relançar uma palha de aço que possui o nome Krespinha. A associação do cabelo crespo com o produto gerou diversas acusações de racismo, já apontadas em estudos acadêmicos baseados no produto original, de 1952.

Pouco tempo após o lançamento do produto no site da Bombril, uma propaganda do produto da década de 1950, que mostra uma boneca negra com cabelo crespo ao lado da palha de aço começou a circular no Twitter.

Por volta das 11h desta quarta-feira, era possível conferir o produto no site da Bombril, mas, após as críticas, a marca retirou a Krespinha da página.

O teor racista da associação entre o cabelo crespo, mais comum em pessoas negras, e a palha de aço já havia sido apontado em ao menos duas produções acadêmicas: o artigo Racismo e Propaganda no Brasil, de 2017, publicado por Dayane Augusta Silva e Jonas Brito e no Trabalho de Conclusão de Curso Cabelo Ruim? A Representação do Cabelo Crespo na Publicidade Brasileira, feito por Juliana de Melo Balhego, aluna da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2016.

"Nas propagandas dos séculos 19 e 20, é comum encontrarmos anúncios que associam o cabelo crespo ao 'bombril', como a "krespinha - esponja de aço" (1952)", comenta o artigo de Dayane e Jonas, ambos com mestrado em História, que também destacam que "no que se refere às denúncias motivadas por campanhas publicitárias de teor racista, verifica-se que são comerciais que não foram pensados sob a ótica de quem sofre racismo".

Já em seu TCC, Juliana destaca que a representação negativa que o cabelo crespo recebe, sendo associado a um produto de limpeza, faz com que "a utilização de produtos químicos para se adequar ao padrão eurocêntrico [de cabelo liso] seja algo comum na vida de mulheres negras".

No Twitter a hashtag #BombrilRacista chegou aos assuntos mais comentados da rede social, com diversas críticas por parte dos usuários. 

Segundo a Bombril, não houve relançamento ou reposicionamento de marca recente do item em questão, que está no portfólio do grupo há quase 70 anos. "A marca estava no portfólio há quase 70 anos, sem nenhuma publicidade nos últimos anos, fato que não diminui nossa responsabilidade", disse a companhia em nota no Twitter.

O produto já foi retirado do site e a marca se comprometeu a rever sua estratégia de comunicação de modo a aumentar seu compromisso com a diversidade.

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