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Cresce temor de pais sobre evasão escolar na pandemia

Os dados fazem parte de uma pesquisa do instituto Datafolha que vem acompanhando os reflexos da pandemia dentre estudantes da rede pública

Cresce temor de pais sobre evasão escolar na pandemia
Notícias ao Minuto Brasil

07:55 - 20/08/20 por Folhapress

Brasil Educação

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O risco de evasão escolar no Brasil vem crescendo ao longo do confinamento por causa da pandemia de Covid-19. Em maio, eram 31% os pais que temiam que os filhos abandonassem a escola; em julho, o número subiu para 38%.

Os dados fazem parte de uma pesquisa do instituto Datafolha que vem acompanhando os reflexos da pandemia dentre estudantes da rede pública brasileira. Resultado de uma parceria entre a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Futures, o levantamento é encaminhado mensalmente aos governos estaduais, com sugestões de iniciativas que possam minimizar o impacto do fechamento das escolas no país.

Essa é a terceira fase da pesquisa "Educação não Presencial na Perspectiva dos Estudantes e suas Famílias", de abrangência nacional -a primeira fase foi em maio e a segunda, em junho.

O Datafolha realizou, entre 7 e 15 de julho, 1.056 entrevistas, por telefone, com responsáveis por 1.556 estudantes de 6 a 18 anos de escolas municipais e estaduais do país, com uma amostra baseada no Censo de Educação 2019. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e os resultados têm confiabilidade de 95%.

Após a criação de sistemas de ensino a distância com relativo sucesso - mais de 80% dos estudantes já receberam atividades remotas -, o desafio agora é resgatar o interesse na escola, que vem caindo.

Diante das dificuldades das aulas online e do esgotamento com o confinamento prolongado, aumenta a percepção dos pais de que os filhos não estão evoluindo no aprendizado. Em maio, essa era a visão de 46% dos pais; em julho, 50%. Nos anos finais do ensino fundamental, o índice saltou de 48% para 56%.

Entre os que perderam o interesse pelas atividades, chega a 73% os que consideram não estar evoluindo.Além dos que já estão em risco de evasão, há um grupo que não está motivado nem evoluindo mas segue resiliente (26%). "Eles estão aguentando, mas não sabemos até quando vão aguentar", diz Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann.

Um dado que chama a atenção de Mizne é que 90% dizem sentir saudades dos professores. Para ele, o resgate dos alunos deve vir daí.

"Nos sistemas a distância, há muitos alunos sem contato direto com os professores. Mais do que pensar nas aulas remotas, precisamos agora investir em salas de aulas virtuais, aproximar o aluno dos colegas e do professor. É impressionante a diferença que faz um único telefonema semanal do professor para o estudante."

Além do confinamento prolongado, pesa agora o vaivém de previsões para as datas de reabertura das escolas. "A escola tem uma enorme importância para o afeto e a sociabilização. Essa mudança constante de previsões para a reabertura gera mais ansiedade e frustração nas crianças e adolescentes", diz o pediatra Fausto Carvalho, chefe do departamento de saúde escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

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