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Mulher relata suposta agressão a criança por vereador Jairinho, padrasto do menino Henry

Na madrugada do dia 8 de março, Henry foi levado pelo padrasto e pela mãe, a professora Monique Medeiros, a um hospital na Barra da Tijuca, onde chegou morto

Mulher relata suposta agressão a criança por vereador Jairinho, padrasto do menino Henry
Notícias ao Minuto Brasil

13:58 - 03/04/21 por Folhapress

Justiça Henry Borel

Uma mulher afirmou à revista Veja que o vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, agrediu o filho de sua amiga, uma das ex-namoradas do médico. Esse é pelo menos o terceiro relato similar contra Jairinho, padrasto do menino Henry Borel Medeiros, 4, cuja morte é investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Na madrugada do dia 8 de março, Henry foi levado pelo padrasto e pela mãe, a professora Monique Medeiros, a um hospital na Barra da Tijuca, onde chegou morto. Um exame de necropsia concluiu que as causas do óbito foram hemorragia interna e laceração hepática (lesão no fígado), produzidas por uma ação contundente.

No hospital, o casal disse que estava em outro quarto quando ouviu um barulho emitido pela criança e se levantou para ver o que havia acontecido. Chegando lá, teriam visto o menino caído no chão, com os olhos revirados, as mãos e pés gelados e sem respirar.

À Veja a amiga de uma das ex-namoradas do vereador disse que presenciou diversas vezes o filho da colega, de 5 anos, chorar e tremer ao ouvir as palavras "tio Jairinho". Ela também afirmou que o médico arranjava motivos para sair sozinho com o menino, que voltava com marcas de agressão.

Em uma ocasião, o menino teria aparecido com o rosto inchado e desfigurado e os olhos roxos. Em outra, teria voltado com a perna fraturada na altura do fêmur.

Essa ex-namorada, segundo a revista, disse à polícia que recebeu uma ligação de Jairinho horas após a morte de Henry, mas que o vereador não mencionou a tragédia. Ela negou que seu filho tenha sido vítima de maus tratos.

Ao fim do mês passado, outra ex-namorada de Jairinho, testemunha no inquérito que apura a morte de Henry, afirmou à polícia que o vereador agredia a sua filha adolescente quando ela tinha 4 anos. A acusação foi revelada pela TV Globo e pelo jornal O Globo.

A mulher relatou ainda à revista que o médico também arrumava desculpas para sair sozinho com sua filha. Segundo a mãe, a menina contou que o vereador torcia seus braços e pernas e lhe dava cascudos.

De acordo com a ex-namorada de Jairinho, a menina disse que foi levada por ele a um quarto que tinha cama e piscina. Afirmou que foi despida pelo vereador, que, de sunga, entrou com ela no boxe, abriu o chuveiro e bateu várias vezes com a cabeça dela contra a parede. Segundo a criança, ele também afundou sua cabeça na piscina com os pés.

Em 2014, a ex-mulher de Jairinho, Ana Carolina Ferreira Netto, registrou uma ocorrência afirmando que sempre foi vítima de violência do vereador e que, certa vez, ele tentou enforcá-la, mostrou a TV Globo. À emissora, porém, ela negou que tenha feito o registro.

A reportagem procurou a defesa do vereador Jairinho para questioná-lo sobre o novo relato de agressão, mas não obteve resposta.

Contatado no fim de março para comentar acusações anteriores de agressão que já circulavam na imprensa, o advogado de Dr. Jairinho, André França Barreto, sugeriu que seu cliente estava sendo vítima de perseguição de uma de suas ex-namoradas.
Na ocasião, ele enviou à reportagem três depoimentos escritos à mão. As cartas são assinadas pelo primeiro filho do vereador, Luiz Fernando Abidu, por sua mãe, Fernanda Abidu Figueiredo, e pela ex-mulher Ana Carolina.

Luiz Fernando escreveu que o pai nunca encostou um dedo nele. Fernanda disse no texto que conheceu Jairinho na infância e que criaram o filho com muita paciência e conversa. Ana Carolina, que registrou ocorrência contra o vereador, afirmou na carta que ele sempre foi muito presente e preocupado.

Jairinho é filho do ex-deputado estadual coronel Jairo, apontado como miliciano na CPI das Milícias e envolvido nas investigações sobre a tortura de uma equipe do jornal O Dia na favela do Batan (zona oeste), em 2008.

Em entrevista à Veja, o pai de Henry, Leniel Borel, disse que poucos dias após a morte do filho um homem esteve em seu condomínio perguntando por ele e "fazendo perguntas estranhas". Seu carro também apareceu riscado com um palavrão.

Leniel também afirmou que, logo após ser anunciado o óbito de Henry no hospital, Jairinho disse a ele: "Vamos virar essa página, vida que segue. Faz outro filho".

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