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Julgamento de acusado de matar Tatiane Spitzner começa no Paraná

Luis Felipe Manvailer é acusado de homicídio qualificado por feminicídio, motivo fútil, mediante asfixia e meio cruel

Julgamento de acusado de matar Tatiane Spitzner começa no Paraná
Notícias ao Minuto Brasil

22:29 - 04/05/21 por Folhapress

Justiça Feminicídio

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Após ser adiado três vezes, recomeçou nesta terça-feira (4) o julgamento de Luis Felipe Manvailer, acusado pela morte da advogada Tatiane Spitzner, 29. O júri, que deve demorar ao menos três dias, ocorre em Guarapuava, região central do Paraná.

Marido da vítima, Manvailer é acusado de homicídio qualificado por feminicídio, motivo fútil, mediante asfixia e meio cruel, além de fraude processual.

O júri é composto por sete homens. Segundo o advogado Gustavo Scandelari, que atua como assistente de acusação, no sorteio prévio, três mulheres foram selecionadas, mas acabaram dispensadas pela defesa do réu. Cada parte podia dispensar no máximo três jurados.

"A tendência é que um júri mais diversificado consiga avaliar os casos sob pontos de vista mais variados, podendo, em teoria, produzir resultado mais democrático. Mas é impossível prever como pensa cada pessoa", afirmou o advogado.

Tatiane foi encontrada morta na madrugada do dia 22 de julho de 2018 após uma queda do quarto andar do prédio em que morava com o marido, em Guarapuava. O exame de necropsia apontou que ela foi morta por asfixia mecânica antes da queda e que o corpo tinha feridas e sinais de luta.

A acusação alega que Manvailer asfixiou Tatiane e a atirou da sacada após uma discussão. Vizinhos ouviram gritos e imagens das câmeras de segurança do edifício mostram a advogada sendo agredida pelo marido antes de morrer.

Os vídeos mostram que ele recolheu o corpo da mulher da calçada e o levou de volta ao apartamento, antes de tentar fugir. Também apagou marcas de sangue do elevador. Manvailer acabou preso no mesmo dia, após bater o carro na rodovia, em São Miguel do Iguaçu, próximo da fronteira do Brasil com o Paraguai, a cerca de 340 km de Guarapuava.

Já a defesa alega que Tatiane se matou após uma discussão.

No primeiro dia de júri, foram ouvidas duas testemunhas de acusação, o delegado da Polícia Civil Bruno Miranda Maciozek, responsável pelo inquérito da morte de Tatiane, e uma vizinha do casal.

A defesa de Manvailer, conduzida pelo advogado Claudio Dalledone Junior, se pautou por possíveis ilegalidades na condução da investigação.

"Após quase seis horas de inquirição do Delegado de Polícia do caso, ficou muito claro que muitas coisas ilegais ocorreram na investigação e que essas ilegalidades sequer chegaram a seu conhecimento. A defesa reafirma que a prova técnica idônea comprova que Luis Felipe errou, mas não matou Tatiane Spitzner", afirmou o defensor.

Já o advogado da família Spitzner disse estar confiante na condenação. Manvailer pode ser condenado a mais de 30 anos de prisão.

"A expectativa da família é a mesma, ou seja, de um veredito condenatório pelos cidadãos guarapuavanos e de que a pena que irá ser aplicada pelo juiz seja proporcional à gravidade dos fatos, ou seja, uma pena alta. Não tem como ser diferente disso", afirmou Scandelari.

Por decisão do juiz que preside a sessão, o julgamento só será transmitido online a partir dos debates finais, para preservar a incomunicabilidade das testemunhas, já que algumas serão ouvidas por videoconferência, e pela expectativa de que o júri seja longo.

Ainda são esperados os depoimentos de outras 16 testemunhas e de 3 assistentes técnicos antes das alegações finais de defesa e acusação e do veredito posterior.

O julgamento foi adiado três vezes: a primeira por incompatibilidade de datas dos advogados, seguido pela contaminação de um deles pelo novo coronavírus. O terceiro adiamento ocorreu em fevereiro, quando os advogados de Manvailer abandonaram o plenário durante o depoimento da primeira testemunha de acusação.

Na ocasião, eles alegaram cerceamento de defesa diante da recusa do juiz de exibir vídeos da portaria do prédio onde ocorreu o crime. O magistrado afirmou que o material não constava nos autos.

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