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Médico suspeito de violência sexual contra 53 mulheres volta a ser preso em Goiás

Médico suspeito de violência sexual contra 53 mulheres volta a ser preso em Goiás

Médico suspeito de violência sexual contra 53 mulheres volta a ser preso em Goiás
Notícias ao Minuto Brasil

12:23 - 09/10/21 por Folhapress

Justiça Goiás

FERNANDA CANOFRE
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - O ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, 41, investigado pela Polícia Civil de Goiás por suspeita de violência sexual mediante fraude contra mais de 50 mulheres, voltou a ser preso nesta sexta-feira (8).


Na segunda-feira (4), o médico teve a prisão preventiva revogada e pode ir para casa com determinação de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica. Ele havia sido preso no dia 29 de setembro.


Nesta sexta, porém, outro pedido de prisão foi expedido pela Justiça em Abadiânia após o início de uma nova investigação contra ele. A cidade fica a 36 quilômetros de Anápolis, município onde o médico reside.


Também é em Anápolis que corre o inquérito principal, no qual já foram ouvidas 53 mulheres com denúncias contra Morais.
A investigação em Abadiânia tem até o momento relato de quatro mulheres, que narram algumas situações semelhantes às descritas pelas demais vítimas, de acordo com o delegado do caso, Rosivaldo Linhares.


Os casos ocorreram entre agosto e setembro deste ano em Abadiânia, onde, segundo a polícia, o médico atendia em clínicas. Duas das vítimas foram encaminhadas à delegacia local depois de procurarem a polícia em Anápolis.


"Os relatos são sempre os mesmos, uma consulta marcada, agendada direitinho e que, em um determinado momento, ele começa a se exceder no protocolo médico e vai além do que preconiza os manuais de medicina, vamos dizer assim", diz o delegado.


Linhares evita falar de detalhes alegando respeito às vítimas, que têm entre 20 e 40 anos. Desde que a investigação em Anápolis foi noticiada, na semana passada, diz ele, a investigação em Abadiânia se intensificou. Duas mulheres procuraram a polícia antes da divulgação dos demais casos, outras duas na última semana.


Como os casos pertencem a duas comarcas diferentes, com juízes diferentes, ao final da investigação, explica ele, serão apresentados relatórios diferentes por cada uma das equipes.
"Temos mais vítimas que têm receio de dar o depoimento, mas já sabemos da existência delas", afirma o delegado. "Eu acredito que com a manutenção da prisão, [podem depor nos próximos dias]".


O médico foi ouvido hoje, presencialmente, em Abadiânia e teve audiência de custódia na tarde de sexta, quando foi mantida a prisão. Ele será encaminhado ao sistema prisional em Aparecida de Goiânia, município na região metropolitana de Goiânia, segundo a DGAP (Diretoria-Geral de Administração Penitenciária).


O juiz Marcos Lopes Filho determinou que o Ministério Público e a defesa apresentem documentos no prazo de 48 horas, quando voltará a analisar o caso.


O promotor Luciano Miranda Meireles opinou pela manutenção da prisão preventiva, ressaltando isso seria necessária para manutenção da ordem pública e para a aplicação da lei penal.
Em entrevista à TV Anhanguera, afiliada à Rede Globo, no início da semana, o médico disse que "brinca com algumas coisas", reconheceu que nisso pode ter "pecado" e estaria errado e confirmou a troca de mensagens por aplicativos com pacientes.
"Durante o exame físico, eu tenho que fazer o toque. O ginecologista que não faz o toque, não examinou, assim como o cardiologista que não escuta o coração do seu paciente não examinou", afirmou.


"Nunca, em nenhum momento, eu toquei uma paciente com objetivo de ter prazer sexual ou de fazer ela ter prazer sexual, porque o objetivo ali é o exame físico", se defendeu.


O advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins, que representa a defesa do médico, disse que pediu a revogação da nova prisão preventiva e que aguarda a decisão do juíz para se manifestar.
O Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás) divulgou na quarta-feira (6) a decisão de suspender temporariamente a licença do médico.


Com isso, ele fica impedido de exercer a medicina em todo o território nacional por um período de seis meses.


O conselho, que diz ter tomado conhecimento das denúncias depois da prisão e afirmou que apura a conduta do médico em um processo ético-profissional que tramita em sigilo.

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