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Metade dos testes de Covid da rede Dasa têm resultado positivo

A Dasa é a rede responsável pelos laboratórios Lavoisier, Delboni Auriemo, Salomão Zoppi, entre outros, além de hospitais como Nove de Julho e Santa Paula. São mais de 900 unidades em todo o Brasil, com marcas também na Argentina e no Uruguai

Metade dos testes de Covid da rede Dasa têm resultado positivo
Notícias ao Minuto Brasil

13:40 - 19/01/22 por Folhapress

Brasil CORONAVÍRUS-TESTES

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca da metade dos testes de Covid realizados pelos hospitais e laboratórios da rede Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, apresentaram resultado positivo na última semana.

Entre os dias 10 e 16 de janeiro de 2022, a média semanal de testes apontando infecção por coronavírus nos pacientes foi de 49,5%. Na semana anterior, de 3 a 9 de janeiro, esse número já chegava a 40%.

Em São Paulo, a média passou de 42,7% para 50% no mesmo período, enquanto, no Rio de Janeiro, esse número foi de 48% na primeira semana do ano para 53,7% na semana passada.

No mesmo período, houve uma queda de 23% para 12,9% nos resultados positivos de influenza no Brasil. O volume de testes desse tipo também caiu 31% em relação à semana anterior.

Os casos de coinfecção, isto é, quando o paciente foi diagnosticado com Covid-19 e gripe ao mesmo tempo, caíram de 3% para 1,1%. Foram registrados 335 casos de coinfecção (também chamada de "flurona"), sendo 304 deles em janeiro.

A Dasa é a rede responsável pelos laboratórios Lavoisier, Delboni Auriemo, Salomão Zoppi, entre outros, além de hospitais como Nove de Julho e Santa Paula. São mais de 900 unidades em todo o Brasil, com marcas também na Argentina e no Uruguai.

O crescimento na demanda e no número de resultados positivos nos testes de Covid-19 é um padrão que se repete, conforme observação da rede.

Entre os dias 29 de dezembro e 4 de janeiro, ou seja, no período do Ano-Novo, a média de positivos era de 26%, mas subiu para 42,6% entre os dias 5 e 11 de janeiro. O volume de testes RT-PCR cresceu em 81% no período.

Houve, porém, redução no número de casos de influenza, de 34,4% para 20,7%. A demanda pelos testes, por outro lado, cresceu 77,7% no mesmo período. Os casos de coinfecção por Covid e influenza permaneceram estáveis naquela época, passando de 2% para 2,8%.

A alta procura chegou a fazer com que a rede limitasse os testes de Covid-19 e influenza para pacientes em estado grave, profissionais da saúde e de serviços essenciais. Os laboratórios e hospitais da rede, no entanto, já retornaram com o serviço em geral, embora pacientes internados ainda sejam priorizados.

"Essas medidas estão sendo adotadas para fazer frente ao desabastecimento geral de insumos para esses testes diagnósticos e como forma de garantir um fluxo de atendimento mais seguro e ágil para pacientes e acompanhantes", disse a Dasa, em nota.

A medida segue parte da orientação da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), que recomendou a testagem apenas naqueles que possuem sintomas graves, estão hospitalizados, passaram por cirurgia, fazem parte do grupo de risco ou são trabalhadores assistenciais da área da saúde e colaboradores de serviços essenciais.

A recomendação da entidade é de interromper a testagem daqueles que tiveram apenas contato com pacientes infectados, assintomáticos e pessoas com sintomas leves, que devem permanecer isolados até que o cenário seja normalizado.

A demanda por testes de Covid aumentou com o surto de gripe (influenza) e o aumento de casos da doença. Até domingo (16), metade dos laboratórios privados de SP só tinham estoque garantido para mais uma semana, de acordo com levantamento do SindHosp (Sindicatos dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de SP).

O sindicato reuniu dados de 111 laboratórios privados do estado de SP e revelou que 88% deles estavam com dificuldade de repor os reabastecer os estoques testes de Covid e Influenza.

Ao mesmo tempo, nesta segunda-feira (17), a Prefeitura de São Paulo tinha estoques suficientes para mais 15 dias, e anunciou a restrição da testagem ao grupo de risco, gestantes, puérperas, moradores de rua, profissionais da saúde, ou pessoas com ao menos dois sintomas gripais.

Ao menos desde o final de 2021 pacientes têm dificuldade em encontrar testes em São Paulo. Entre as semanas do dia 29 de dezembro e 3 de janeiro, a reportagem consultou a agenda de 40 drogarias de grandes redes de farmácias da cidade. Antes das festas de final de ano, era possível agendar o teste para o mesmo dia. Depois, era preciso esperar até cinco dias para conseguir um horário.

A rede de farmácias Raia Drogasil chegou a suspender o agendamento online por falta de insumo. Apenas unidades que possuíam remanescentes poderiam realizar a testagem.

A falta de testes disponíveis para o diagnóstico da Covid-19 impulsiona o apagão de dados sobre a doença no Brasil. O aumento da demanda e do número de casos positivos não se reflete nos números oficiais disponibilizados pelo governo e impede também saber o tamanho da onda de contaminações impulsionada pela variante ômicron.

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