Terminou sem acordo a segunda tentativa de conciliação entre o Metrô e trabalhadores da empresa.

Depois de mais de três horas de audiência, os metroviários não aceitaram as propostas feitas pela empresa. Assim, é provável que a categoria entre em greve amanhã. A palavra final, no entanto, cabe à assembleia do sindicato, que ocorre no fim da tarde desta terça.

"Não foi razoável o que nos ofereceram, e a greve fica muito provável", disse Altino Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários. O Metrô ofereceu reajuste de 10,03%, índice do IPC-Fipe para o período, mas parcelado em duas vezes iguais, o que a categoria não aceitou.

Também o Tribunal Regional do Trabalho sugeriu que a primeira parcela fosse de 7,5%, proposta inicial da companhia aos trabalhadores. A empresa vai dizer aos metroviários se aceita essa proposta antes da assembleia ter início.

Caso a greve ocorra, a Justiça determinou que haja 80% de serviços no horário de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa de 100 mil reais. Durante a audiência, representantes da empresa disseram que não há dinheiro e que o aumento das gratuidades tem prejudicado o fluxo de caixa.

CRISE FINANCEIRA

A situação econômica da companhia tem se deteriorado recentemente. No ano passado, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) deu um calote de R$ 66 milhões na empresa, um dinheiro que seria usado para cobrir os custos da política de gratuidades no transporte. Haverá novo corte nos repasses neste ano.

Outro calote do governo paulista ao Metrô, este de R$ 333 milhões, ocorreu para pagar obrigações contratuais com a operadora privada da linha 4-amarela. Sem essas verbas, a companhia é forçada a cortar custos e abrir mão de investimentos e de melhorias no serviço que presta à população e no quadro de funcionários.O Metrô tem cerca de 9.500 funcionários, sendo que dois terços deles estão diretamente envolvidos na operação dos trens e estações.