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Conheça alguns ingredientes ameaçados de extinção no Brasil

Araticum, jaracatiá, grumixama estão na lista de itens da chamada "Arca do Goto" pelos chefs

Conheça alguns ingredientes 
ameaçados de extinção no Brasil
Notícias ao Minuto Brasil

07:45 - 26/10/16 por Notícias Ao Minuto

Brasil Curiosidades

Apesar de pouco conhecido, existe um catálogo mundial de alimentos que correm o risco de extinção. Somente no Brasil, a lista - chamada de "Arca do Gosto" - tem mais de cem espécies.

Seus nomes soam tão diferentes quanto o gosto da maioria desses alimentos seria para o nosso paladar: araticum, jaracatiá, grumixama, cambuci, licuri. Segundo o G1, a relação é elaborada de forma colaborativa pela organização Slow Food, criada em 1989 para prevenir o desaparecimento de culturas e tradições gastronômicas em diversas partes do mundo.

Para que um produto entre na lista dos "ameaçados" é preciso que siga alguns critérios básicos, como as qualidades gastronômicas especiais, a ligação com a geográfica local, produção artesanal, ênfase na sustentabilidade e risco de extinção.

Mas existem produtos bem populares da mesa dos brasileiros, como a jabuticaba, o queijo da Canastra e o pinhão.

De acordo com o biólogo Gleen Makuta, do Slow Food Brasil, o desaparecimento gradual desses ingredientes se deve à padronização da alimentação.

"Cerca de 90% da dieta do mundo todo está pautada em vinte ingredientes, sendo os três maiores milho, arroz e batata. Então são alimentos que estão muito difundidos, são produzidos em escala massiva e isso faz com que outros ingredientes percam o valor econômico e não consigam acessar o mercado", esclarece.

"Isso faz com que todo o conhecimento atrelado a esses ingredientes vá se perdendo. É uma extinção tanto biológica como cultural."

Mesmo correndo o risco de desaparecer, todos os ingredientes da lista ainda se encontram vivos e com potencial produtivo e comercial. Poucos, no entanto, são difundidos para estar nas refeições dos brasileiros.

Pensando em aproximar esses alimentos da rotina alimentar do país, a chef de cozinha Claudia Mattos fundou, ao lado de outros chefs, a Aliança dos Cozinheiros para o Brasil, uma rede que promove e a biodiversidade agroalimentar e procura trabalhar com ingredientes locais.

"O Brasil consome e conhece muita coisa de fora - fungui seco e caviar, por exemplo -, mas não conhece produtos nossos, como cambuci, baru, entre tantos outros."

Mesmo para quem já trabalha em cozinha, alguns dos ingredientes são uma novidade.

"É muito fácil fazer mousse com laranja ou morango porque é conhecido, e o resultado muito tranquilo, mas criar um prato com ingredientes que você não sabe nem como se comportam, se tem que deixar de molho, se tem que assar, cozinhar, se faz ele doce ou salgado é desafiador e trabalhamos na base da experimentação", conta.

O objetivo destes profissionais é estimular o consumo desses produtos ao apresentá-los para o público geral e incentivar os agricultores.

"Há pouco tempo, ninguém conhecia cambuci, taioba, ora-pro-nobis, e hoje vários restaurantes já usam esses ingredientes", comemora a chef. Para saber mais sobre o projeto clique aqui.

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