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Alunos são algemados após serem retirados de escola invadida no TO

"Não cometi nenhuma irregularidade. Só foram colocadas as algemas porque foi necessário", diz promotor

Alunos são algemados após serem 
retirados de escola invadida no TO
Notícias ao Minuto Brasil

18:40 - 27/10/16 por Folhapress

Brasil Notícias do Brasil

A desocupação de uma escola em Miracema do Tocantins (a 78 km de Palmas) terminou nesta quinta-feira (27) com um grupo de estudantes levado para a delegacia, dois deles algemados.

O local foi invadido na quarta (26), como forma de protestar contra a PEC 241, que estabelece um teto de gastos para o governo, e a reforma do ensino médio, que modifica a matriz curricular dessa etapa de ensino.

Nesta quinta, o promotor da Infância e Juventude de Miracema do Tocantins, Vilmar Ferreira de Oliveira, disse à reportagem ter sido procurado durante a manhã por diretores do Centro de Ensino Médio Dona Filomena Moreira de Paula, que reclamaram da invasão do local por estudantes e membros de grupos como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e CUT, além de pessoas ligadas ao PT e que decidiu ir ao local, com apoio da Polícia Militar, para verificar a situação.

O promotor disse que, como não houve acordo para a saída dos manifestantes, ele determinou que o cadeado fosse arrombado e que fosse feita a desocupação pacífica, mas dois deles resistiram.

"[Com isso] Determinei que fossem algemados, para segurança deles e para impedir que agredissem os militares. Foi necessário algemar dois adolescentes. Não é porque é adolescente que vai permitir que agrida policial. Adolescente tem de cumprir dever de cidadão, e ninguém tem direito de invadir prédio público. Dentro de escola não é lugar para fazer manifestação, cultuar partido político."

As cerca de 20 pessoas detidas foram encaminhadas a um micro-ônibus da PM e levadas para a delegacia, onde estavam sendo autuadas durante a tarde por desacato e ameaça. A Justiça, no entanto, determinou que os jovens fossem soltos.O prédio público será vistoriado para identificar possível depredação.

Questionado sobre ter pedido que adolescentes fossem algemados, o promotor disse não estar preocupado. "Não cometi nenhuma irregularidade. Só foram colocadas as algemas porque foi necessário. Eles foram convidados oito vezes para se dirigirem até o ônibus, agrediram PMs, não teve outro jeito. A algema é utilizada para fins de conter determinada situação que não tem controle. Sem diálogo, se coloca a algema, é situação de extrema necessidade."

A ação gerou críticas em redes sociais, como da deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ), que afirmou que o ato em Miracema ocorreu "sem nenhuma ordem judicial, completa ilegalidade".

"Nesse momento do Brasil, os estudantes estão em luta com muita razão e legitimidade. Eles querem a escola deles, qualificada, com estrutura e funcionando com diversidade, pluralidade de opiniões", disse a parlamentar.

Oliveira afirmou que indagou os alunos sobre quais queixas têm da PEC 241, mas os invasores, segundo ele, não souberam responder. "Deu para notar que era uma ocupação ilícita e conduzida provavelmente com aliciamento de partido político. Tanto que, quando o cadeado foi arrombado para desocupar, dois ou três pularam muro e fugiram."

Segundo levantamento divulgado pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), no início da noite desta quarta 1.154 unidades de ensino estavam ocupadas por alunos em todo o país -escolas, universidades, institutos federais e núcleos regionais de educação. Com informações da Folhapress.

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