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Churrascaria que serviu Temer usa carne de empresa investigada

Presidente foi ao local após uma reunião para avaliar o impacto da operação Carne Fraca no Palácio do Planalto

Churrascaria que serviu Temer usa
carne de empresa investigada
Notícias ao Minuto Brasil

05:11 - 20/03/17 por Folhapress

Brasil Carne Fraca

A churrascaria Steak Bull, que recebeu uma comitiva do presidente Michel Temer na noite deste domingo (19), tem entre seus fornecedores uma das empresas investigadas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.

O presidente foi ao local após uma reunião para avaliar o impacto das investigações no Palácio do Planalto, acompanhado de embaixadores de países que mais importam carnes brasileiras.

Todos os cortes servidos na casa são de origem nacional, de acordo com o gerente, Paulo Godoi. Segundo ele, as carnes são compradas da Marfrig, Minerva e da JBS.

No entanto, após a operação, Godoi afirmou que pediu a redução de compras da JBS —que responde por 20% do fornecimento do estabelecimento.

"Eles tinham um centro de distribuição em Brasília, mas não têm mais. Ficou difícil a logística e diminuímos para 20%. Nunca tivemos problema de qualidade com nenhum dos nossos fornecedores", disse Godoi à Folha.

"Mas não estou defendendo uma empresa ou outra. Até por isso, após a operação, na sexta-feira mesmo fiz um pedido para procurarmos outros fornecedores e reduzirmos a parte da JBS", completou.

Segundo o gerente, a churrascaria às vezes também compra picanha australiana, dependendo dos preços no mercado, o que rendeu uma brincadeira do presidente com os funcionários.

"A compra da picanha australiana é feita em momentos oportunos de preço menor, com qualidade igual", disse Godoi.

"Ele brincou, perguntou e disse que a carne brasileira é muito melhor que a australiana e disse para valorizarmos o produto nacional. Deu tudo certo, foi legal terem vindo."

Além de picanha, o presidente se serviu de alcatra, fraldinha, linguiça e carne de cordeiro.

A comitiva de 54 pessoas movimentou o restaurante. Na sexta (17), dia em que a operação foi deflagrada, a procura foi abaixo do normal.

"Quando saiu a notícia da operação na sexta, o movimento foi bem abaixo do esperado. No sábado, voltou um pouco e hoje foi normal", afirmou o gerente.Horas após fazer um pronunciamento minimizando as investigações da Polícia Federal que deram base à operação disse que a corporação agiu de forma "integrada com o Ministério da Agricultura" e negou acreditar em exageros por parte da PF.

O convite para o jantar foi feito aos embaixadores que estiveram com o presidente no Palácio do Planalto esta tarde.

O jantar, que durou cerca de uma hora, foi regado a vinho argentino e caipirinha, bebida tipicamente brasileira que o presidente saboreou.

Sentado entre os representantes de China e Angola, lugares escolhidos por ordem de chegada, Temer tentou passar um ar de normalidade em relação à situação da carne brasileira.

Disse, ao final, que a adesão dos embaixadores e representantes de países a seu convite mostra que eles "entenderam perfeitamente a mensagem".

"Vão advogar junto a seus países no sentido de divulgar a tranquilidade em relação ao consumo da carne brasileira. Não é para causar um terror que está-se imaginando", afirmou ao deixar o local.

Dos 33 representantes de países presentes na reunião no Planalto, 27 aceitaram o convite. As despesas foram pagas pelo Palácio do Planalto. A conta total saiu por cerca de R$ 14 mil, mas apenas uma parte desse valor foi pago pelo governo.O buffet da churrascaria custa R$ 119, sem bebidas. Conforme a gerência da churrascaria, não foi acertado um valor especial para a visita presidencial. A assessoria da presidência afirmou que os custos finais só serão informados nesta segunda (20).

Os ministros da Agricultura, Blairo Maggi, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco também compareceram. Contudo, cada um bancou o custo do próprio jantar, bem como os demais presentes, como o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).

O gesto de Michel Temer foi uma tentativa de reduzir os impactos negativos da operação da PF, indiretamente criticada neste domingo pelo governo.

Mais cedo, Blairo Maggi afirmou em conversa com a imprensa que as PF cometeu erros técnicos durante a investigação que embasou a Carne Fraca, uma vez que aponta problemas situações previstas por leis e regulamentos do setor.

Antes de deixar o restaurante, o presidente ainda passou na mesa de uma família sentada ao lado da sua e, em seguida, tirou foto com todos os garçons do local. Com informações da Folhapress. 

Leia também: Temer convida embaixadores para churrascaria que serve carne importada

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