Doria diz que aumentará equipes para internação de usuários de crack
Usuários aguardam por horas a fio o atendimento de psiquiatras e enfermeiros
© Paulo Whitaker/Reuters
Brasil São Paulo
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira (23) que irá ampliar a quantidade de profissionais para atender usuários de crack que buscam internação em tenda da prefeitura, no centro da cidade.
O anúncio foi feito um dia depois de reportagem da Folha de S. Paulo mostrar que usuários chegam a esperar até dez horas, sem comida ou água, por atendimento.
"Eu falei com o secretário de saúde hoje de manhã e recomendei que mais pessoas sejam colocadas lá para atender esse aumento de demanda", afirmou Doria, durante a 85ª Conferência Anual de Prefeitos dos Estados Unidos em Miami Beach, na Flórida.
A poucos metros da cracolândia, os usuários aguardam por horas a fio o atendimento de psiquiatras e enfermeiros, que os atendem depois de uma primeira triagem. Em seguida, enquanto os usuários esperam, funcionários buscam por vagas em hospitais psiquiátricos -processo de até uma hora.
"A demanda pelos serviços cresceu muito, e o processo está levando um pouco mais de tempo", disse o tucano. Para ele, no entanto, os relatos de atrasos em excesso no atendimento são "um exagero", e prefeitura e Estado têm a estrutura necessária para atender os usuários de drogas que desejarem tratamento.
"Parte [dos relatos de atraso] é procedente, e parte é exagero. Onde existe um caso, ele vira sete; quando são dois, vira 20. Nós temos a obrigação de atender essas pessoas e vamos fazer da melhor maneira possível", disse Doria.
Como mostrou a reportagem, o maior gargalo está no transporte de dependentes às clínicas. Mesmo quando são designados para as mesmas unidades, usuários são levados um por um, e não juntos, em ambulâncias do Samu, que atendem casos de emergência no resto da cidade e demoram a chegar.
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Segundo Doria, 437 usuários de crack já haviam sido internados voluntariamente até esta quinta (22). "Nós estamos seguindo a linha da abordagem individual, não vamos fazer abordagem coletiva e nem vamos obrigar as pessoas a se internarem''.Sobre o retorno dos usuários para perto da antiga cracolândia, na esquina da rua Helvétia e da alameda Cleveland, Doria disse que o PCC (Primeiro Comando da Capital) teria obrigado a mudança, acreditando que a fiscalização seria menos severa no antigo ponto de venda.
O prefeito afirmou que as estruturas físicas da cracolândia estão cada vez mais enfraquecidas, e que a prefeitura e o Estado vão continuar a atuar para reprimir o tráfico e oferecer tratamento aos usuários. Com informações da Folhapress.