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Operação no Rio deixa 22,5 mil sem aulas; é o recorde deste ano

31 escolas, 11 creches e 12 Espaços de Desenvolvimento Infantil foram afetadas pela ação policial

Operação no Rio deixa 22,5 mil sem aulas; 
é o recorde deste ano
Notícias ao Minuto Brasil

15:58 - 21/08/17 por Folhapress

Brasil Segurança

Uma operação integrada das Forças Armadas e das polícias em sete comunidades da zona norte do Rio de Janeiro resultou na prisão de 26 pessoas na manhã desta segunda-feira (21). Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 22.548 alunos ficaram sem aulas em 31 escolas, 11 creches e 12 Espaços de Desenvolvimento Infantil por causa da ação policial.

O número superou a marca da última sexta (18), quando 19.423 alunos ficaram sem aulas na capital fluminense, e é recorde em 2017.

O subsecretário de Comando e Controle da Secretaria de Segurança Pública, Rodrigo Alves, afirmou que o fechamento das escolas ocorreu em decorrência das atividades de criminosos que atuam na região. "Quem aterroriza a população são os criminosos, não a polícia", disse ele.

Foram afetados os moradores do Complexo do Chapadão, Manguinhos/Benfica, Higienópolis, Maria da Graça, Rocha/Triagem, Jacaré/Jacarezinho, Complexo do Alemão, Del Castilho e Cachambi.

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Segundo a polícia, um dos detidos é suspeito de ter vazado informações para facções das comunidades onde a operação foi realizada. Mateus Ferreira Lopes, 19, é soldado do Exército e foi preso pela Decod (Delegacia de Combate às Drogas) em Niterói, na região metropolitana do Rio. O acusado usou as redes sociais para alertar os criminosos, contudo, por ser de uma baixa patente, seu grau de conhecimento sobre a operação era pequeno.

Lopes foi preso por associação ao tráfico em cumprimento a um mandado de prisão temporária, que dura 30 dias. Antes de ser detido, ele já estava sendo monitorado, afirmou o Comando Militar do Leste, divisão do Exército responsável pelo Rio.

A ação desta segunda envolveu, ao todo, mais de 6.000 homens no entorno das comunidades para prestar apoio. Das Forças Armadas, 5.000 militares ajudaram no cerco. Ainda há 300 policiais militares, 600 policiais civis, 30 membros da PF (Polícia Federal) e 140 da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

A operação, que ainda tem apoio da FNSP (Força Nacional de Segurança Pública) e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), cumpre ordens judiciais relacionadas ao tráfico de drogas, roubo de cargas e outras atividades criminosas. As autoridades responsáveis pela ação não divulgaram o número total de mandados.

Ao final da manhã desta segunda, os agentes de segurança haviam apreendido "farta quantidade de drogas", sete armas, duas granadas, munições, quatro motos e rádios. 

A ação ainda não conseguiu deter todos os traficantes alvos e nenhum fuzil foi apreendido. A Polícia atribui isso às informações vazadas que circulam em redes sociais desde o domingo (20).

O governo federal autorizou o uso das Forças Armadas no apoio aos serviços da segurança pública em todo o Estado, que vive forte crise. Ruas das regiões afetadas pela operação foram interditadas e os espaços aéreos são controlados para aeronaves civis; no entanto, não há interferência em aeroportos.

CONFRONTOS

Os confrontos armados foram intensificados no Jacarezinho desde o último dia 11, quando Bruno Guimarães Buhler, atirador de elite da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil, foi morto. De lá para cá, sete pessoas morreram entre agentes de segurança e criminosos. A rotina de tiroteios diários ainda afetou, além das escolas da comunidade, serviços como coleta de lixo, postos de saúde e transporte.

Neste ano, o Estado do Rio teve um PM morto a cada dois dias. O índice leva em conta agentes vítimas de ações violentas em serviço (21), em folga (56) e aposentados (20). O número caminha em direção à marca de 200 morte em um ano -o recorde foi atingido em 1994, quando 227 policiais foram mortos.

Há ainda outros dados assombrosos relacionados à violência no Estado. O número de mortes violentas no primeiro semestre de 2017 aumentou em 21% em relação ao mesmo período do último ano. O aumento referente ao dado que sugere confronto -mortes violentas após oposição a intervenção policial- é de 45%. Com informações da Folhapress. 

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