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Brasileiro no Burning Man diz que homem que morreu queimado 'tropeçou'

Raul Aragão participava do festival pela sexta vez e filmou momento da morte de Aaron Mitchell

Brasileiro no Burning Man diz que homem 
que morreu queimado 'tropeçou'
Notícias ao Minuto Brasil

13:48 - 09/09/17 por Notícias Ao Minuto

Brasil Instagram

Uma semana após Aaron Joel Mitchell, de 41 anos, perder a vida na grande fogueira do festival de artes e música Burning Man, nos Estados Unidos, o brasileiro Raul Aragão quebrou o silêncio sobre o que viu e fotografou, nesta sexta-feira (8). "Filmei e fotografei toda a cena. E não existe motivo para publicá-la. Mas eu sei o que vi. E, por isso, escrevi este post", explica o fotógrafo de 32 anos, no Instagram.

No relato, motivado pela preocupação com a memória de Aaron, Raul afirma que o norte-americano não se jogou na fogueira, ao contrário do que foi noticiado internacionalmente. O brasileiro, que participava pela sexta vez da festa no deserto Black Rock, em Nevada, cujo ápice é a queima da escultura de um homem, afirma que Aaron "visivelmente tropeçou e caiu de lado".

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"Ele, como um bom 'burner', mesmo com o caminho aberto para o fogo, driblou inúmeras vezes os 'sandmen' ('rangers' que vestem roupas especiais e ficam próximos à escultura), como se fosse uma criança, vivendo seu próprio São João", escreveu. 

O brasileiro definiu Aaron como "inquieto, criativo, desbravador, mas não era um suicida".  Cerca de 50 mil pessoas testemunharam o acidente. Aaron foi socorrido de helicóptero ao hospital mais próximo, mas não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada no domingo (3), pelo perfil do festival no Twitter. "Nossa comunidade está de luto", publicou o Burning Man.

Desde pequenos todos nós brincamos com estalinhos, bombinhas, triangulos, rojões. Toda virada de ano assistimos fogos de artifício explodindo, nos festivais é como se fosse o grand finale. É lindo, não é? Ver uma fogueira de mais de 30 metros na sua frente pode ser tão ou mais excitante. Por coincidência do destino Aaron e eu estivemos lado a lado assistindo ao eclipse em Oregon e, assim como eu, fez a dobradinha com o Burning Man. Por isso, preciso dizer: Aaron era um cara inquieto, criativo, desbravador, mas não era um suicida. Era como um burner qualquer, fascinado pelo fogo. Mas que escolheu viver a adrenalina de um risco mal calculado. Logo no final da queima, antes da última estrutura cair, Aaron não se conteve e partiu em direção a fogueira. Mas, ao contrário do que todos jornais estão falando, ele não foi direto pras chamas. Ele, como um bom burner, mesmo com o caminho aberto para o fogo, driblou inúmeras vezes os Sandmen (Rangers que vestem roupas especiais e ficam na última instância de proximidade do homem, também chamada de “No man’s land”), como se fosse uma criança vivendo seu próprio São João. Acontece que, na terceira vez que ele entrou na area, ele visivelmente tropeçou e caiu de lado. Os Sandmen desesperados, tentaram retira-lo do fogo mas segundos depois uma grande estrutura começou a cair, obrigando todos a largá-lo lá, na brasa, por pelo menos mais uns 15 segundos. Tempo suficiente para ter sido tarde demais. Filmei e fotografei toda a cena. E não existe motivo para publicá-la. Mas eu sei o que vi. E, por isso, escrevi este post. Me preocupo com a família e a memória desse homem, que poderia muito bem ser qualquer um de nós. Espero que sua família encontre a paz. E que a verdade deste acidente prevaleça frente ao sensacionalismo. #burningman2017 #notsuicidal #aaronmitchell #burningman

Uma publicação partilhada por Raul Aragão (@raul) a Set 8, 2017 às 3:02 PDT

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