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Crivella visita 'guerra da Rocinha' e enfrenta cobrança de moradores

Crivella subiu o morro, alvo de um cerco das Forças Armadas desde sexta (22), e esteve no beco que foi epicentro da guerra entre traficantes iniciada dez dias antes

Crivella visita 'guerra da Rocinha' e enfrenta cobrança de moradores
Notícias ao Minuto Brasil

21:09 - 27/09/17 por Folhapress

Brasil Rio de Janeiro

Após enfrentar cobranças sobre a ausência do poder público e dizer que a favela da Rocinha precisava de um "banho de loja", o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), visitou a comunidade na tarde de quarta-feira (27) e ouviu queixas de moradores.

Crivella subiu o morro, alvo de um cerco das Forças Armadas desde sexta (22), e esteve no beco que foi epicentro da guerra entre traficantes iniciada dez dias antes.

A despeito da crise fiscal que começa a chegar aos cofres do município, prometeu buscar recursos para consertar o valão, esgoto a céu aberto de grandes proporções que corta a comunidade e onde há muito lixo acumulado. Geladeiras, máquinas de lavar e sofás jazem no rio de esgoto visitado por Crivella.

"Tem que tampar o valão, prefeito. Tem que abrir praças para as crianças brincarem", cobrou Rosilda Balbino, a "tia Rosilda do Transporte", que gerencia um serviço de transporte comunitário há 18 anos na favela.

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Em razão dos confrontos entre facções em meio à disputa pelo controle do tráfico, blindados das Forças Armadas se posicionaram na estrada da Gávea, impedindo a rota de ônibus escolares na única rua de tráfego de veículos de quatro rodas na Rocinha.

Crivella circulou por áreas raramente visitadas pelas autoridades após ter declarado na semana passada que a presença das forças de segurança deveria ser aproveitada para que a prefeitura fizesse um "banho de loja" na favela.

"A gente não precisa de banho de loja", disse uma moradora, apontando para agências bancárias, lojas de roupas, lanchonetes e academias que ficam na Via Ápia, uma das principais do morro. "A gente precisa é de visibilidade, saúde e educação", cobrou ela, que pediu para não ter seu nome divulgado.

EFETIVO REDUZIDO

Apesar de a Rocinha completar dois dias sem confrontos armados, segundo moradores, traficantes circulam livremente pela comunidade durante a noite, quando há efetivo policial reduzido. O comércio voltou a funcionar -mas com menos movimento.

O contingente das Forças Armadas na favela diminuiu em relação aos dias anteriores. Militares que patrulhavam becos no alto do morro estão agora concentrados nas esquinas das principais vias.Crivella ouviu dos moradores a necessidade de serem abertas mais ruas na favela.

O prefeito disse que a prioridade é a reabertura da biblioteca pública da Rocinha, melhorar a fiação e resolver a questão do valão. A ideia é tapar os pontos expostos para evitar que as pessoas continuem a jogar lixo no local.

Em decreto desta semana, porém, a prefeitura anuncia que só pagará fornecedores em 2018. "Ele prometeu que buscaria recursos em Brasília", disse Renato Lima, corretor de imóveis na Rocinha.

O secretário de Obras, Índio da Costa, chegou a se desgarrar da comitiva -enquanto membros de sua equipe transmitiam a visita ao vivo pelas redes sociais. Chegou a cortar cabelo em uma barbearia -enquanto moradores se queixavam da demora para ações do poder público.

"Agora eles vêm. Aqui tem 100 mil pessoas. Menos de 10% é bandido. Nunca olharam pra gente e não parece que agora vai ser diferente", disse uma comerciante da Rua 2, onde casas, comércio, postes estão crivados de bala.

Após a entrada das Forças Armadas, muitos criminosos se refugiaram na mata no alto do morro ou fugiram para outras favelas do Rio. Com informações da Folhapress.

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