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UE compra madeira brasileira 'suja de sangue', diz Greenpeace

ONG fez levantamento sobre vendas após 'massacre de Colniza'

UE compra madeira brasileira 'suja de sangue', diz Greenpeace
Notícias ao Minuto Brasil

12:41 - 23/11/17 por Ansa

Brasil Crítica

A ONG Greenpeace divulgou um relatório em que acusa mais de 10 empresas da União Europeia e dos Estados Unidos de comprarem madeira de uma empresa acusada de estar por trás do "massacre de Colniza".

O assassinato de nove moradores da cidade do Mato Grosso ocorreu em 19 de abril de 2017 e, segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), foi motivado por interesses de madeireiros e grileiros por recursos existentes na região de Taquaruçú do Norte.

A denúncia do MPF indicou que o proprietário das empresas Madeireira Cedroarana e G.A. Madeiras, Valdelir João de Souza, é o mandante do crime. Ele está foragido desde o massacre, mas suas empresas atuam normalmente no mercado.

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De acordo com a investigação do Greenpeace, no relatório "Madeira manchada de sangue", a Cedroarana "enviou sete remessas de madeira para os Estados Unidos" entre maio e agosto deste ano.

"No dia em que ocorreu a chacina em Colniza, essa mesma empresa embarcou cargas de madeira para os Estados Unidos e Europa. Em 2016 e 2017, exportou milhares de metros cúbicos de madeira amazônica para países como os Estados Unidos, Alemanha, França, Holanda e Portugal", diz o documento.

Além dessas nações, que seriam as que mais importam da empresa mato-grossense, outras companhias da da Itália, Dinamarca - e até Canadá e Japão - fazem negócios com a Cedroarana.

Ainda segundo a ONG, "graças a facilidade de fraudar os sistemas de licenciamento e controle de madeira no Brasil, cenas como as do 'massacre de Colniza' estão se tornando cada vez mais comuns, especialmente na Amazônia, onde os conflitos no campo são frequentemente ligados à madeira ilegal".

Para o Greenpeace, a compra da madeira de empresas acusadas por esse tipo de crime "viola" as regras tanto norte-americanas como europeias, que exigem que a madeira comprada venha de áreas de desmatamento legalizado.

Além disso, as empresas de Souza tem dívidas milionárias com o governo brasileiro por comércio ilegal de madeira, o que já comprovaria que europeus e norte-americanos não deveriam fazer negócios com essas duas empresas.

"A impunidade para este tipo de crime e a falta de seriedade do Estado em combater a ação de madeireiros ilegais criam um ambiente propício para que a ilegalidade prospere. Diante desse cenário, fica impossível confiar na procedência da madeira brasileira, pois a cadeia está toda contaminada", afirma Rômulo Batista, da campanha Amazônia do Greenpeace. (ANSA)

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