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Intérprete de Libras de programa eleitoral é acusado de inventar sinais

Segundo Associação de Surdos de Vitória, Cássio Veiga usou sinais desconexos, sem contexto, desrespeitando a estrutura gramatical da língua

Intérprete de Libras de programa eleitoral é acusado de inventar sinais
Notícias ao Minuto Brasil

22:53 - 07/09/18 por Notícias Ao Minuto

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Após reclamações de telespectadores de que a interpretação de Libras de propagandas eleitorais não correspondiam com as falas dos candidatos, o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) suspendeu, nesta sexta-feira (7), programas apontados como irregulares. Os partidos devem apresentar novas peças.

A acusação feita pela Associação de Surdos de Vitória refere-se aos programas feitos com o intérprete de Libras Cássio Veiga. A suspensão dos programas foi determinada pela juíza auxiliar do TRE-ES Maria do Céu Pitanga de Andrade.

De acordo com o 'G1', Cássio foi contratado por pelo menos quatro partidos para traduzir o que os candidatos diziam para as pessoas surdas.

Segundo a Associação de Surdos de Vitória, Cássio usou sinais desconexos, sem contexto, desrespeitando a estrutura gramatical da língua. Alguns sinais são apontados como desconhecidos.

O secretário da Associação dos Surdos de Vitória, Josué Rego, reconheceu a importância da decisão do TRE para a comunidade surda.

Vimos toda a comunidade sendo desvalorizada e ridicularizada por uma pessoa que não estava fazendo um trabalho adequado. Esse é o reconhecimento do direito à comunicação dos surdos, que tem esse como importante momento para exercer o voto. Para isso, é necessário que eles entendam a proposta dos candidatos.”

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Os partidos notificados foram o Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Os programas devem ser retiradas do ar até as 12h deste sábado (8).

Um dos responsáveis pela produtora contratada para fazer as vídeos, João Victor Bona, contou que Cássio foi admitido para o trabalho após apresentar certificados.

“Foi uma indicação, vi alguns outros trabalhos dele, e ele tinha certificação. A gente confiou, ele mostrou certificado. Quando começaram essas reclamações, entrei em contato com outro intérprete, e ele disse que o trabalho estava mal feito, que algumas coisas não batiam”, explicou.

A empresa afirmou que demitiu o intérprete imediatamente e providenciou a regravação de todas as interpretações. A tradução nos programas eleitorais é uma obrigação prevista na lei.

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