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Uma das últimas benzedeiras de Florianópolis morre aos 104 anos

Ela era conhecida por toda Florianópolis como tia Hilda

Uma das últimas benzedeiras de Florianópolis morre aos 104 anos
Notícias ao Minuto Brasil

05:09 - 11/09/18 por Folhapress

Brasil Luto

A infância de Hilda em Florianópolis foi atropelada pela pobreza, a fome e o trabalho. Aos 12, já era rendeira para ajudar a mãe lavadeira e o pai pescador. Benzedeira, a matriarca chamava a menina para aprender a reza, mas ela dizia "eu não, eu vou é dançar". Queria mesmo era de ir aos bailes da cidade.

Certa vez, porém, uma vizinha pediu à menina que benzesse seu filho, com "quebrante, provavelmente devido ao mau olhado", contava Hilda. Sua primeira reza, aos 15 anos, se espalhou pela região e muitas pessoas passaram a ir atrás do dom da mãe e da filha.

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Acredita-se que a tradição, que mistura o catolicismo com o místico, é responsável pela cura de doenças e por afastar males. Desde calcanhar rachado e virose até mau-olhado e inveja, tudo pode ser curado. "Eu benzo o pessoal com isso aqui [terço]. Quando não tem, eu benzo com a mão e com as ervinhas também", afirmou a catarinense numa entrevista.

Ela dizia que para conseguir a cura tanto quem faz a bênção quanto quem a recebe precisa ter fé em Deus e acreditar que dará certo. Hilda sempre repetia "Eu que te benzo, Deus que te cura". 

Gostava da oração de santa Bárbara, aprendida com a mãe, que rezava quando o pai estava no mar. "Santa Bárbara, são Simão, livrai-nos dos raios e do trovão." 

Conhecida por toda Florianópolis como tia Hilda, continuou a tradição até mesmo quando suas mãos já eram centenárias. Todas as tardes saía de casa para ir ao cantinho onde recebia pessoas à procura de seus dotes. 

No dia 4 de agosto, porém, a cidade perdeu uma de suas últimas e mais antigas benzedeiras. Após complicações de uma infecção urinária, Hilda Martinha Viera morreu aos 104 anos. Com informações da Folhapress.

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