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367 árvores são cortadas para construção de piscinão na zona sul de SP

Prefeitura, no entanto, prevê compensação ambiental com plantio de outras 428 árvores nativas da mata atlântica

367 árvores são cortadas para construção de piscinão na zona sul de SP
Notícias ao Minuto Brasil

11:54 - 18/10/18 por Folhapress

Brasil Desmatamento

A construção de um piscinão interligado para conter as inundações na bacia do córrego do Ipiranga, na região das avenidas Fagundes Filho, Doutor Ricardo Jafet e Teresa Cristina (zona sul), na Saúde (zona sul), causou o corte, até o momento, de 367 árvores de grande porte, entre elas, pitangueiras, aroeiras-mansas, ingás do brejo e ipês-de-El-Salvador.

A Prefeitura de São Paulo, sob gestão de Bruno Covas (PSDB), no entanto, prevê a compensação ambiental com o plantio de outras 428 árvores nativas da mata atlântica, como ipês e jerivás, em canteiros próximos da área até a conclusão da obra, prevista para setembro do ano que vem.

"Eram árvores antigas e de grande porte. Só sei que foram muitas retiradas daqui desde o ano passado, o que é uma pena. Não sei se foram realocadas em outro espaço", diz o motorista de aplicativo Giuliano Zavallone, 39, que mora há quatro anos no Jardim Zoológico, bairro próximo da região.

A Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras), responsável pela obra, afirma que o corte foi autorizado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, por meio de um Termo de Compromisso Ambiental. Os trabalhos começaram em 21 de agosto de 2017. O custo da obra é de R$ 159 milhões.

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Dois reservatórios serão construídos dois piscinões: um em um lago e outro em duas alças de acesso da avenida Ricardo Jafet. Nesta semana, novas árvores foram cortadas, desta vez em outra alça de acesso. O local abrigará a galeria de águas pluviais que integra o projeto. A gestão Covas afirma que houve uma mudança no projeto, em razão da necessidade de escavações para as obras da galeria de água, sendo preciso cortar mais árvores nesta alça de acesso.

Virgílio Alcides de Farias, advogado especialista em direito ambiental, afirma que o corte das árvores na área dos piscinões em construção é um prejuízo ambiental que não será reposto. "A não ser daqui cem anos, mas não para a atual geração, principalmente para a comunidade do entorno."

Ele vai além, ao criticar a compensação ambiental proposta pela prefeitura. "Não há o que plantar depois. É um erro grande do poder público, de um modo geral, uma vez que todo um microclima foi destruído. As árvores dali contribuíam para o controle do clima, a retenção da poluição atmosférica e até mesmo como abrigo de animais", diz.

Ele diz que a construção de piscinões não é o caminho. "Gasta-se muito e o resultado tem sido ineficiente nos casos das chuvas fortes e contínuas", diz, ao apontar a falta de manutenção dos piscinões e limpeza de galerias pluviais.

A ordem de serviço para execução dos projetos dos piscinões na região do Ipiranga, especialmente na avenida Doutor Ricardo Jafet, alvo de constantes inundações no verão, foi assinada em 2015. No entanto, a autorização para o início das obras só ocorreu em agosto do ano passado.

Além da construção do reservatório próximo ao viaduto Aliomar Baleeiro, com estrutura formada por dois compartimentos, o projeto contempla ainda a execução de 280 metros de galerias do córrego do Cacareco e 2.455 metros do córrego Ipiranga, além de um piscinão que será construído em uma lagoa já existente perto da rodovia dos Imigrantes. Com informações da Folhapress.

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