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Rossieli Soares evita comentar críticas de Bolsonaro ao Enem

Ministro da Educação também não respondeu a fala do presidente eleito de que conhecerá prova antes de aplicação

Rossieli Soares evita comentar críticas de Bolsonaro ao Enem
Notícias ao Minuto Brasil

21:24 - 11/11/18 por Folhapress

Brasil Governo

O ministro da Educação, Rossieli Soares, evitou comentar as críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) a respeito da prova do Enem.

"Nós não comentaremos as questões em si e cabe ao presidente eleito fazer a gestão do Brasil a partir do dia 1º de janeiro", afirmou o ministro, quando questionado sobre a fala de Bolsonaro de que verificaria o exame antes de sua aplicação a partir do próximo ano. "Caberá ao presidente eleito com sua equipe fazer as discussões em janeiro."

+ Enem deste domingo tem 66 eliminados e 1,6 milhão de ausentes

Em vídeo publicado na sexta-feira (9), Bolsonaro afirmou que vai "tomar conhecimento" da prova antes de sua aplicação, o que desafia critérios técnicos e de segurança. 

Para evitar riscos de vazamentos, pouquíssimas pessoas, todas da área técnica do Inep  (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), têm acesso ao conteúdo integral da prova. A lista dos que podem vê-la não inclui nem o ministro da Educação e nem o presidente da República. 

O capitão reformado disse que, em 2019, vai conhecer a prova com antecipação para evitar questões como a que citou neste ano um texto jornalístico que abordava um dialeto da comunidade LGBT. Com base nisso, a pergunta 9 (da prova branca) pedia ao participante a compreensão sobre o conceito de dialeto –não exigia, portanto, que o candidato tivesse conhecimento sobre LGBT.

"[Olha] Essa prova do Enem, vão falar que eu estou implicando. Agora pelo amor de Deus. Esse tema da linguagem 'particulada', aquelas pessoas, o que isso tem a ver? Vai estimular a molecada a se interessar por isso agora. No ano que vem, pode ter certeza, não vai ter questão dessa forma. Nós vamos tomar conhecimento da prova antes", disse Bolsonaro durante pronunciamento feito ao vivo em uma rede social.

Os organizadores do exame também evitaram comentar as críticas de que as questões da prova de humanidades teriam viés ideológico de esquerda. 

"Todas essas opiniões e questões são próprias do nosso regime democrático, isso é absolutamente normal", afirmou a presidente do Inep, Maria Inês Fini, cotada para assumir a pasta na próxima gestão. 

O ministro afirmou que as questões são feitas por comissões técnicas e seguem critérios técnicos e de segurança. 

O Inep distribuiu aos jornalistas antes da entrevista coletiva um folheto com o processo de elaboração das provas.

De acordo com o instituto, as questões são propostas muitas vezes anos antes da aplicação do Enem. "Isso ocorre porque elas fazem parte de um Banco Nacional de Itens (BNI), um repositório de questões à disposição do Inep para a elaboração de provas", diz o documento. 

De acordo com dados do Inep, 1,6 milhão de pessoas faltaram ao segundo dia de prova. Isso representa um total de 29% dos inscritos, e um crescimento de cerca de 4% em relação ao domingo passado (4), em que 1,3 milhão não apareceu para o exame. 

Segundo Fini, é comum que a taxa de ausentes cresça no segundo dia de aplicação. Em 2017, o percentual foi de 32% de ausências.

Não haverá locais que necessitarão de reaplicação, segundo os dados do MEC. De acordo com o ministério, não houve casos de interrupção de energia, e foram registradas 88 emergências médicas. 

Além disso, 66 pessoas foram eliminadas da prova no segundo dia de aplicação. Destas, 64 descumpriram algum item do edital, uma foi eliminada por revista no detector de metal e outra por recusa de colheita de dados biométricos no local de prova. Com informações da Folhapress.

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