Vélez não detalha planos, mas defende cotas em universidade
Ministro defendeu escolas militares, mas não detalhou atuação do governo
© Marcos Corrêa/PR
Brasil Educação
PAULO SALDAÑA - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, evitou detalhar os planos da pasta em audiência no Senado, mas defendeu a continuidade da políticas de cotas e o aumento do número de alunos em universidades federais como forma de expandir vagas.
Vélez foi recebido na comissão de Educação no Senado nesta terça-feira (26) após a crise provocada pela carta enviada a escolas pelo MEC. A carta pedia que diretores filmassem alunos cantando o hino nacional e orientava diretores a ler uma mensagem que continha slogan da campanha do presidente Jair Bolsonaro.
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Mais cedo, Vélez disse que teor da carta foi um erro. Na audiência, foi breve ao falar do assunto.
"Cantar o hino nacional não é constrangimento", disse. "O slogan de campanha foi um erro, um engano, tirei. Quanto à filmagem, só será divulgada se aprovada".
O MEC encaminhou nova carta às escolas nesta terça. O novo comunicado mantém a orientação para filmar crianças e jovens durante o canto do hino, mas agora fala em autorização. Isso estaria, segundo o ministro, implícito na carta anterior.
O ministro se recusou a falar com a imprensa ao final da audiência e correu por um corredor do Senado para não responder às perguntas dos jornalistas.
O Ministério Público Federal quer que o ministro apresente a justificativa para a carta enviada às escolas em que se pedia filmagem de alunos cantando o hino nacional e a repetição do slogan da campanha. O Grupo de Trabalho de Educação em Direitos Humanos da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão deu o prazo de 24 horas para os esclarecimentos.
Durante a audiência, senadores perguntaram sobre questões centrais da política educacional, como posicionamento do governo com relação ao Fundeb (principal mecanismo de financiamento da educação básica), ao PNE (Plano Nacional de Educação) e à educação a distância. Mas o ministro não se aprofundou nos temas.
Vélez Rodriguez defendeu o modelo de escolas militares, com parcerias com a PM, mas não detalhou qual seria a atuação do governo nesse aspecto. Os planos de reforço na alfabetização também foram detalhados.
O ministro falou, no entanto, sobre ensino superior. Segundo ele, a lei de cotas será mantida -Bolsonaro é opositor histórico da lei de reserva de vagas.
O ministro ainda reafirmou que não há planos para privatizar universidades, mas defendeu a ampliação de alunos no sistema atual.
"Não vejo por que não podemos aumentar o número de alunos por sala", disse ele, ao afirmar que a relação professor por aluno é muito grande nas universidades federais brasileiras.