Projeto de Museu da Escravidão no Rio causa controvérsia
Secretária de Cultura da cidade defende o nome e diz que a cidade não pode ignorar importância desse período da história
© João Paulo Engelbrecht / Iphan
Cultura Patrimônio
O Museu da Escravidão, que deve ser instalado na região do Cais do Valongo no Rio de Janeiro (foto), ainda não saiu do papel e já provoca debate. No domingo (22), a secretária municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, publicou artigo no jornal O Globo em que defende a construção do espaço.
Para ela, o projeto de museu sobre a escravidão “não pode esconder em seu nome a dimensão histórica desse tema, mas sim ressignificá-la. Se a história da escravidão toca a violência e a privação de direitos, dá também testemunho da resiliência e indestrutibilidade do espírito humano, dos atos de resistência e rebelião, dos esforços de recriação de identidades e de sentimento comunitário; enfim, da luta e conquista da liberdade”.
A proposta foi criticada pelo ompositor, escritor e pesquisador Nei Lopes, especialista em culturas africanas, na última semana. Em sua página no Facebook, Lopes defendeu que a escravidão foi um fenômeno prejudicial à população negra e propôs m museu da herança africana ou afro-brasileira, ou afro-carioca.
No post, Lopes citou, ainda, o historiador Joel Rufino, que costuma dizer que a palavra escravidão “assusta e causa rejeição nos jovens afrodescendentes em relação à História da África, por trauma psicológico”.
A secretária rebate a ideia e diz que o museu poderá ser "vetor de autoestima, desenvolvimento humano, oportunidades socioeducativas e impactos sociais duradouros".
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