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Stanley Tucci diz que Trump pode ter impacto "devastador" nas artes

As declarações do ator foram feitas no Festival de Cinema de Berlim

Stanley Tucci diz que Trump pode ter impacto 
"devastador" nas artes
Notícias ao Minuto Brasil

21:59 - 11/02/17 por Notícias ao Minuto Brasil

Cultura Estados Unidos

O ator e realizador norte-americano Stanley Tucci considerou hoje que o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ter um impacto "devastador" nas artes e na "sociedade civilizada", informa a Agência Lusa.

As declarações do ator foram feitas no Festival de Cinema de Berlim, onde apresentou hoje o seu mais recente filme enquanto realizador, "Final Portrait", sobre os meses que o artista suíço Alberto Giacometti passou em Paris, em 1964, altura em que pintou o escritor norte-americano James Lord.

O filme é protagonizado pelo australiano Geoffrey Rush, no papel de Alberto Giacometti, e o norte-americano Armie Hammer, como James Lord.

Questionado hoje no tapete vermelho, antes da exibição de "Final Portrait", sobre o estado das artes nos Estados Unidos sob administração de Donald Trump, Stanley Tucci pintou um quadro sombrio.

"Só consigo imaginar que se fizerem o que querem vão esvaziar o National Endowment for the Arts (NEA) [Fundo Nacional para as Artes], o que considero ser devastador a muitos níveis", disse, referindo-se a um dos vários fundos governamentais de apoio às indústrias criativas.

No mês passado, meios de comunicação social norte-americanos afirmaram que a administração Trump estava querendo acabar com o NEA e o National Endowment for the Humanities (Fundo Nacional para as Humanidades).

"Final Portrait", o quinto filme de Stanley Tucci como diretor, foi hoje exibido pela primeira vez, fora de competição, no Festival de Cinema de Berlim.

Na sexta-feira, no mesmo festival de cinema, um outro ator norte-americano criticou o Presidente dos Estados Unidos.Richard Gere acusou Donald Trump e os movimentos europeus de direita de incentivarem ao ódio e equipararem refugiados a terroristas.

"A coisa mais horrível que Trump fez", desde que tomou posse, foi considerar que refugiado e terrorista são a mesma coisa, disse o ator numa conferência de imprensa sobre o filme "The dinner", que protagoniza.

"'Refugiado' era alguém por quem tínhamos empatia, alguém com quem nos preocupávamos, alguém a quem queríamos ajudar, dar um refúgio a um refugiado. Agora temos medo deles e esse é, em si, o maior crime de todos", sublinhou.

Richard Gere, conhecido ativista pelos Direito Humanos, que esteve reunido com a chanceler alemã, Angela Merkel, na quinta-feira, disse que "o número de crimes de ódio nos Estados Unidos aumentou consideravelmente assim que Donald Trump concorreu para presidente".

O Festival de Cinema de Berlim começou na quinta-feira também com uma nota política, com a estreia de um filme sobre o guitarrista Django Reinhardt, perseguido durante o regime nazi por ter raízes ciganas.

A declaração mais direta na abertura do festival foi da atriz norte-americana Maggie Gyllenhaal, que faz parte do júri oficial de Berlim:

"Eu quero que saibam que há muitas, muitas pessoas no meu país que estão preparadas para resistir".

Sem referir o nome do presidente norte-americano, a atriz acrescentou que "este é um grande momento para se ser americano, num festival internacional".

Já o ator mexicano Diego Luna, que também faz parte do júri, recorreu ao humor para criticar a intenção de Donald Trump construir um muro na fronteira com o México.

"Estou aqui para investigar como é que se derrubam muros. Há aqui muitos especialistas e vou levar daqui informação para o México", disse, numa referência ao muro que durante décadas dividiu a Alemanha.

O Festival de Cinema de Berlim termina no dia 19.

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