'A Virada não é do Doria', diz cantora Karina Buhr em show lotado
Público ocupou os 622 lugares da sala Adoniran Barbosa para ouvir a baiana radicada no Recife cantar
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Cultura Virada
A primeira coisa que cantora Karina Buhr fez ao entrar no palco foi pegar uma camiseta com a inscrição "Fora, Temer" jogada da plateia, no CCSP (Centro Cultural São Paulo). "É ruim até de vestir", brincou.
O público ocupou os 622 lugares da sala Adoniran Barbosa para ouvir a baiana radicada no Recife cantar músicas do seu terceiro álbum, "Selvática", com pegada rock e feminista. Algumas das letras foram retiradas ou adaptadas de seu livro de poemas "Desperdiçando Rima", editado em 2005 pela Rocco.
Com a voz rasgada, ela agitou o público com os versos gritados de "Eu Sou um Monstro" ("Hoje eu não quero falar de beleza / Ouvir você me chamar de princesa / Eu sou um monstro").
Antes de cantar "Cerca de Prédio" ("Não te reconheço, minha cidade / Não se deixe, não se abandone"), Karina, veterana na Virada Cultural, falou sobre a primeira edição do evento sob a atual gestão municipal. "A Virada não é do Doria. O prefeito não é dono da cidade, nem da prefeitura", disse.
O presidente Michel Temer também foi lembrado. Em um pano colorido, de tema tropical, pendurado no sintetizador, era lida a frase "Fora, Temer".
No show, a atriz Bruna Ribeiro, 20, fã de Karina, disse que a cantora "é uma das poucas artistas que não se preocupam só com o que o público gosta", diz. "Uma artista nordestina, mulher, feminista, que se posiciona politicamente."
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A professora Isis Anjos, 32, moradora da Vila Mariana, criticou a descentralização dos shows. "Essa virada não está legal como as outras. Alguns dos melhores shows são em lugares afastados, como no Jockey Club, onde o acesso é difícil", disse. Fã de Karina, nessa edição ela também viu Curumim, no mesmo lugar. "Ano passado, no Centro, vi muito mais shows", afirmou. Com informações da Folhapress.