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Rio recebe mostra com 37 filmes distópicos brasileiros

Panorama apresenta produções que imaginam diferentes futuros sombrios para o país

Rio recebe mostra com 37 filmes distópicos brasileiros
Notícias ao Minuto Brasil

22:30 - 15/08/17 por Notícias Ao Minuto

Cultura Cinema

A Caixa Cultural Rio de Janeiro apresenta, a partir desta terça-feira (15), a mostra cinematográfica 'Brasil Distópico', que traça um panorama da produção nacional sobre as distopias. Para a programação, que vai até 27 de agosto, os curadores Luís Fernando Moura e Rodrigo Almeida selecionaram 37 curtas e longas-metragens que imaginam diferentes futuros sombrios para o país, entre clássicos da ficção-científica brasileira e obras menos conhecidas.

“Se chamamos de utopia uma espécie de futuro ideal, sonhado ou feliz, podemos dizer que a distopia é o seu exato contrário, isso é, um futuro sombrio, que teria dado errado, geralmente marcado pelo medo, pelo desencanto e constrangido por meios sofisticados de opressão, vigilância e controle”, definem os curadores em relação ao tema.

A mostra contribui com a descoberta ou a redescoberta de obras ricas e singulares no cinema nacional, parte delas pouco revisitada pelas últimas gerações ou restrita a um circuito limitado de distribuição. Ao mesmo tempo, propõe uma genealogia da distopia no cinema brasileiro que, ainda que livre e parcial, colabora com a construção de um imaginário ainda tímido sobre a ficção científica na produção cinematográfica nacional.

Na programação, filmes como 'A Noite do Espantalho', de Sergio Ricardo; e 'Hitler, Terceiro Mundo', de José Agrippino de Paula, poderão ser vistos ao lado de longas mais recentes como 'Serras da Desordem', de Andrea Tonacci; e 'Branco Sai, Preto Fica' (foto), de Adirley Queirós. Tal aproximação provocará reflexões acerca dos encantos e desencantos estéticos e políticos da época de cada obra e sobre nosso próprio tempo.

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Para aprofundar o tema com o público, a mostra oferece um minicurso gratuito sobre a ficção científica no cinema brasileiro, de 17 a 19 de agosto (quinta-feira a sábado), sempre às 14h30. Durante os três dias, o professor e pesquisador Alfredo Suppia resgatará a trajetória da ficção científica no cinema nacional, dialogando com outras linguagens no intuito de estabelecer um panorama de diferentes abordagens estéticas, políticas e históricas. Serão disponibilizadas 50 vagas e as inscrições devem ser feitas no endereço: brasildistopico@gmail.com.

A programação inclui, ainda, dois debates. Neste domingo (20), às 17h30, o debate tem o tema 'Sensibilidades distópicas no presente'. Os convidados discutirão o caráter distópico das políticas atuais em diálogo com recente fortalecimento do futurismo e da ficção científica em nosso imaginário. E na próxima quinta-feira (24), às 19h, na mesa 'Paisagens distópicas no cinema brasileiro', a conversa trata das características estilísticas e os modos de produção das distopias nacionais. Ambos os debates têm participação gratuita, com ingressos distribuídos 1 hora antes do início. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.

As distopias no cinema brasileiro

A curadoria optou por diferentes abordagens na seleção de filmes, convidando o público a descobrir relações, passagens e contrastes entre as diversas obras. Algumas produções revisitam formas de o Brasil catalisar sintomas das grandes crises ocidentais do século XX, como a Guerra Fria e a ditadura militar brasileira, a exemplo de 'O quinto poder' (1962), de Alberto Pieralisi, e 'Brasil ano 2000' (1969), de Walter Lima Júnior. Outras incorporam de forma mais bruta e cristalina as convenções da ficção científica, encenando a ameaça nuclear e o colapso do planeta, como 'Parada 88: o limite de alerta' (1978), de José de Anchieta; e 'Oceano Atlantis' (1993), de Francisco de Paula.

Há, ainda, aqueles que instalam o cinema de gênero em imaginários locais do Brasil, sequestrando seus modelos para reprocessá-los culturalmente, como é o caso de 'Abrigo nuclear' (1981), de Roberto Pires; e 'Areias Escaldantes' (1985), também de Francisco de Paula. Por fim, há a produção dos últimos dez anos com 'Brasil S/A' (2014), de Marcelo Pedroso; 'A Seita' (2015), de André Antônio; 'X-manas' (2017), de Clarissa Ribeiro; e 'Hiperselva' (2014), de Helena Lessa. As informações são do site da Caixa Cultural.

Para conhecer a programação completa da mostra, clique aqui.

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