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The Who recompensa longa espera com som furioso em show

Meio século depois de sua formação, banda inglesa fez show de estreia no Brasil

The Who recompensa longa espera com som furioso em show
Notícias ao Minuto Brasil

09:12 - 22/09/17 por Folhapress

Cultura São Paulo

Mais de meio século depois de sua formação, exatos 53 anos, a banda inglesa The Who fez seu show de estreia no Brasil na noite de quinta (21), no primeiro dos quatro dias do São Paulo Trip. E a longa espera foi totalmente recompensada.

Apesar de nomes muito populares, como Guns N' Roses, Aerosmith e Bon Jovi, nenhuma outra das dez bandas programadas no festival causava tanta expectativa. Mesmo assim, os 40 mil lugares no estádio Allianz Parque não ficaram totalmente ocupados.

O Who tem papel definitivo na história do rock, mesmo tendo lançado apenas um disco de inéditas nos últimos 37 anos. Ao lado dos Beatles e dos Rolling Stones, foi protagonista da invasão de grupos ingleses nos Estados Unidos, nos anos 1960, e criou um subgênero na música para jovens, a ópera-rock.

Quando pisaram no palco do estádio Allianz Parque, o cantor Roger Daltrey e o guitarrista e compositor Pete Townshend transmitiram de imediato ao público um som furioso. Abriram a apresentação com "I Can't Explain", emendando "The Seeker", "Who Are You", que as novas gerações conhecem como o tema da série "CSI", e "I Can See for Miles".

Aos 73 anos, Daltrey surpreende com o vozeirão ainda em forma. Preserva o mesmo gestual que apresentou no Festival de Woodstock, em 1969, girando o microfone no ar, segurando-o pelo cabo, e fazendo suas poses de cara durão.

Pete Townshend, embora um ano mais novo, parece sentir um pouco mais os efeitos da idade. Mas nada que o impeça de continuar a fazer suas poses de "herói da guitarra", pulando feito louco e girando o braço num movimento bem amplo a cada acorde mais contundente.

Sentindo a energia deles no palco, o fã logo tenta imaginar como deve ter sido bom vê-los mais jovens em ação, ao lado dos outros fundadores, o baterista Keith Moon, morto em 1978, e o baixista John Entwistle, morto em 2002, ambos por overdose.

Ficou claro que, na comparação das duas óperas-rock criadas por Townshend, "Tommy" (1969) e "Quadrophenia" (1973), o público conhece mais as músicas da primeira. Efeito, certamente, da popularidade da adaptação da história para o cinema, em 1975, na qual o próprio Daltrey fez o papel do garoto cego, surdo e mudo que se torna um campeão de fliperama.

Townshend repetiu várias vezes que a banda estava fazendo seu primeiro show no Brasil e pareceu emocionado. Daltrey falou menos, mas sorriu o tempo todo.

Se Keith Moon é considerado por muitos o melhor baterista da história do rock, o Who achou um ótimo substituto, de sangue real: Zak Starkey, filho do Beatle Ringo Starr. Sua performance foi incrível, tendo seu grande momento em "Amazing Journey". A sequência final foi matadora: "Pinball Wizard", "See Me, Feel Me", "Baba O' Riley" e "Won't Get Fooled Again".

Após fechar o bis com "Substitute", Townshend mandou o público embora. "Go Home! Go Home!", gritou, exausto. E todos foram para casa, felizes.

O São Paulo Trip tem mais três noites no Allianz Parque: sábado (23), com Bon Jovi e The Kills, domingo (24), com Aerosmith e Def Leppard, e na terça (26), encerrando com Guns N' Roses, Alice Cooper e Tyler Bryant & The Shakedown. Com informações da Folhapress.

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