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Quero fazer filmes que debatam a realidade, diz Carolina Jabor

Seu longa de ficção "Aos Teus Olhos" chegou aos cinemas nesta quinta (12)

Quero fazer filmes que debatam a realidade, diz Carolina Jabor
Notícias ao Minuto Brasil

19:18 - 18/04/18 por Notícias Ao Minuto

Cultura Cinema

Fazer cinema que provoque debate é um dos fatores que movem a diretora Carolina Jabor. "Aos Teus Olhos", seu longa de ficção que chegou aos cinemas na quinta (12), elege o linchamento virtual como tema principal, capaz de levantar reflexões sobre o uso das redes sociais.

O filme conta a história do professor de natação Rubens (Daniel de Oliveira), acusado por uma mãe de beijar um dos alunos durante a aula. Quando a denúncia alcança as redes sociais, uma onda de julgamentos precipitados transforma brutalmente a rotina do professor e da escola.

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"O filme surge da minha vontade de falar sobre assuntos contemporâneos e da modificação de valores na sociedade. Me interessa fazer filmes que debatam a realidade", disse Carolina, durante conversa com o público presente após a sessão gratuita do filme.

O evento, mediado pelo repórter Everton Lopes Batista, foi promovido nesta terça (17) em parceria da Folha de S. Paulo e do Espaço Itaú de Cinema.

A película é uma adaptação da peça "O Princípio de Arquimedes", do autor e diretor teatral espanhol Josep Maria Miró, 40.

Entre as mudanças que o roteiro sofreu para ser adaptado às telas, está o peso maior dado ao papel das redes sociais.

"Decidi dedicar o filme ao pré-julgamento das redes sociais, que se alastra muito rapidamente e pode acabar com a reputação de uma pessoa em menos de 24 horas. É bom que o filme traga esse tema, porque ele está na cabeça de todo mundo hoje", afirmou a diretora.

O foco da história é o uso inconsequente de ferramentas originalmente criadas para promover a comunicação, mas, segundo Carolina Jabor, o filme também se debruça sobre a dificuldade humana de conversar na hora da adversidade.

A falta de clareza do que se quer falar e as mudanças nas relações familiares contemporâneas estampam momentos de angústia no filme.

"A relação dos pais com os filhos está muito medrosa. A gente quer protegê-los muito, em todos os sentidos. Esse policiamento [filial] chega à escola também."

Renata Valente, professora de graduação do curso de pedagogia da Faculdade Campos Elíseos, levou parte da turma da disciplina de comunicação e expressão para debater a obra.

"Tento preparar meus alunos para serem mais cuidadosos", declarou durante o debate. "Nós, professores, precisamos ter um zelo que antes, talvez, não fosse necessário. Temos de nos cercar de precauções, pois somos observados o tempo todo." Com informações da Folhapress.

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