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Incêndio do Museu é uma perda irrecuperável para a cultura , diz IBRAM

O presidente do IBRAM (Instituto Brasileiro dos Museus), Marcelo Araújo, acredita que o dano não tem possibilidade de reparação

Incêndio do Museu é uma perda irrecuperável para a cultura , diz IBRAM
Notícias ao Minuto Brasil

12:33 - 03/09/18 por Notícias Ao Minuto

Cultura Rio

Tragédia anunciada. Sem possibilidade de reparo. Pesquisas e história de mais de 200 anos em cinzas. Essas são algumas das opiniões dos produtores culturais diante o incêndio no Museu Nacional, no Rio, que teve grande parte do seu acervo queimado na noite deste domingo (2).

Emocionado, o presidente do IBRAM (Instituto Brasileiro dos Museus), Marcelo Araújo, acredita que o dano não tem possibilidade de reparação. " É uma perda para a cultura que nunca vai se recuperar. Isso demonstra que precisamos mudar a cultura do país sobre a preservação do país. O que vamos falar para as novas gerações? A sociedade brasileira precisa repensar o país que queremos", disse.

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No ano em que celebra o bicentenário, a instituição conseguiu um contrato com o BNDES de R$ 21,7 milhões para investir na restauração. A expectativa era de que cinco salas fossem reabertas até 2019. Para Washignton Fajardo, arquiteto e ex-presidente do Rio Patrimônio da Humanidade, o maior problema do museu vai além de repasses.

"Isso demonstra como nós viramos uma sociedade idiotizada. O patrimônio cultural brasileiro não tem orçamento. O problema da UFRJ não era de orçamento, é de gestão. Precisa demitir esse reitor [Roberto Leher]", disse Fajardo que listou as últimas tragédias de prédios sob cuidados da universidade. "Em 2014, a capela da universidade, localizada na praia Vermelha, pegou fogo. Em 2016, foi a reitoria. A biblioteca da faculdade de arquitetura está fechada após incêndio em 2016. O Colégio Brasileiro de Altos Estudos funciona precariamente e o Canecão [casa de espetáculos], que seria uma forma de captar dinheiro para a universidade, está fechado há 8 anos".

Entretanto, o coordenador do plano de gestão e conservação do Instituto Bardi, Renato Anelli, tem uma visão contrária. "Estou vendo muita gente que coloca a culpa na universidade, queria ver se a instituição que eles dirigem tivesse um corte de 50% de orçamento, conseguiria fazer uma coisa bem feita".

Grande parte dos estudos da biodiversidade brasileira está sob guarda de instituições internacionais, segundo o diretor do MAC-USP, Carlos Roberto Ferreira Brandão. Ele diz que esse fato já motivo de muitas críticas. Após o ocorrido com o Museu Nacional hoje, Brandão diz agradecer este fato. "É necessário um reposicionamento para que possamos garantir a guarda física desses acervos".

Letícia Julião, coordenadora da rede de museus da UFMG, diz que essa é uma situação muito comum dos museus universitários, a precariedade em razão de falta de recursos, que se agravou e deixa esses acervos essas coleções muito vulneráveis.

"A gente vai realizar em outubro o 5º Fórum Permanente de Museus Universitários. Ironicamente, a palestra de abertura seria em comemoração dos 200 anos do museu nacional. Talvez a gente nao tenho muito o que comemorar", diz Julião.

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