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‘Espero que nos enxerguem como artistas e não como gênero'

A sueca Mamma Andersson é uma das curadoras da 33ª Bienal de São Paulo

‘Espero que nos enxerguem como artistas e não como gênero'
Notícias ao Minuto Brasil

14:58 - 04/09/18 por Folhapress

Cultura Mamma Andersson

Dos sete curadores escolhidos para organizarem os espaços no pavilhão da 33ª Bienal de São Paulo, que começa nesta sexta (7), quatro são mulheres e três, homens. Porém, as obras selecionadas por esses mesmos artistas não refletem esse equilíbrio -boa parte das peças selecionadas são de homens. Em entrevista aos jornalistas na manhã desta terça (4), os curadores convidados explicaram suas escolhas.

A sueca Mamma Andersson diz esperar que os visitantes vejam as obras "de artistas e não de gêneros". Waltercio Caldas fez coro ao afirmar que não partiu da escolha de nomes de artistas para sua seleção, mas sim de obras.

Curador da Bienal, o espanhol Gabriel Pérez-Barreiro afirmou que deu liberdade total aos artistas convidados. "Estamos acostumados a olhar para a lista de artistas como se fosse a de uma exposição. Mas na Bienal tem, por exemplo, um espaço enorme dedicado às obras de Denise Mila", conta, citando a artista que cria esculturas e instalações com grandes pedras de cristais.

Outras questões foram levantadas durante a entrevista, como o incêndio no Museu Nacional, no Rio, que destruiu boa parte do casarão imperial. "É uma catástrofe de dimensões mundiais. Isso mostra como o Brasil não tem política de estado para a cultura", disse o vice-presidente da Bienal, Eduardo Saron.  

Saron que acredita que o incêndio represente a destruição de milhões de anos de pesquisas.

"Não há inovação sem conservação", acrescentou Saron, que acredita que o incêndio destruiu milhões de anos de pesquisas.

No caso da Fundação Bienal, Saron afirmou que começou há três anos o processo de digitalização e higienização de um milhão de obras e documentos da instituição. Parte deste material deve estar disponível online até 2021 –ano no qual a fundação completa 60 anos.

Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc, também prestou solidariedade sobre a destruição do museu carioca e aproveitou para criticar as propostas dos presidenciáveis. "Estamos às vésperas das eleições e eu não ouvi uma frase do que eles pretendem fazer em relação a cultura do país."

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