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Com programação reduzida, festival de cinema do Recife mantém essência

Apesar das readequações orçamentárias do setor, diretor artístico do Janela, cineasta Kleber Mendonça Filho, ressalta força da produção cinematográfica nacional

Com programação reduzida, festival de cinema do Recife mantém essência
Notícias ao Minuto Brasil

09:24 - 07/11/18 por Folhapress

Cultura janela do recife

Com a programação reduzida pela metade devido ao corte de patrocínio da Petrobras, o festival Janela Internacional de Cinema do Recife tem início nesta quarta-feira (7). O evento, que antes durava 10 dias e chegava a exibir até 150 filmes, vai até o próximo domingo (11) com 55 obras cinematográficas.

Em sua 11º edição, mesmo com o orçamento bem mais enxuto -passou de R$ 500 mil para R$ 200 mil- a essência do Janela permanece a mesma. Haverá seleções especiais, programa de clássicos, mostras competitivas de longas e curtas e encontro com realizadores.

O corte no orçamento atingiu outros festivais importantes no país neste ano. O É Tudo Verdade, em São Paulo, e o Panorama Internacional Coisa de Cinema, em Salvador,  também não contaram com o apoio da Petrobras em 2018. 

Apesar das readequações orçamentárias do setor, o diretor artístico do Janela, o cineasta Kleber Mendonça Filho, ressaltou a força da produção cinematográfica nacional. "O cinema brasileiro nunca esteve tão forte de prestígio, festivais internacionais e reconhecimento fora do Brasil. Em termos de diversidade, nunca passamos por um momento com tanta força", salientou.

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Sobre a perspectiva para os próximos anos, diante do governo Jair Bolsonaro, falou sobre a provável extinção do Ministério da Cultura. "O presidente eleito já informou que quer extinguir o Ministério da Cultura. Isso me parece uma má ideia. O Governo Temer voltou atrás após ter decidido fazer o mesmo. Creio que o prejuízo seria grande", afirma. 

Kleber destacou a importância de enxergar a Cultura como um mercado que emprega muita gente."O Brasil é um país que exporta cultura e que exerce a cultura como forma natural de termos nossa própria identidade. A cultura deve ainda ser vista como mercado. Emprega milhares de pessoas, de técnicos a performers e artistas. É uma indústria real."

Mesmo com os cortes, em nenhum momento foi cogitado o cancelamento do festival. 

As exibições  do Janela acontecem no São Luiz, na Boa Vista; no Cinema da Fundação, no Derby, ambos no Centro; e no Cinema do Museu, em Casa Forte, na Zona Norte.

Entre os clássicos programados, estão títulos com cópias recém-restauradas, a exemplo dos brasileiros "Central do Brasil" (1998, de Walter Salles), que completa 20 anos, e "Pixote - a Lei do Mais Fraco" (1980, de Hector Babenco). A exibição de Central do Brasil neste sábado (10), no Cinema São Luiz, será seguida de debate com o ator Vinícius Oliveira, que protagonizou o filme ao lado de Fernanda Montenegro. A abertura oficial acontece às 21h desta quarta-feira (7) com o curta "Quantos eram Pra Tá?", de Vinicius Silva, que revela o cotidiano de três jovens negros estudantes da USP, e o longa-metragem brasileiro "Temporada", de André Novais Oliveira.

Na mostra competitiva, foram selecionados filmes do circuito de festivais de Berlim, Veneza, Cannes, Locarno e Roterdã.

No sábado (10), a roteirista e Anna Muylaert participa do Janela com uma aula de cinema que ocorre a partir das 10h, no Cinema da Fundação. A Petrobras informou que precisou passar por adequações devido a restrições orçamentárias e destacou que a Lei 13.303 prevê um limite para investimentos em patrocínios em ano de eleição. "A empresa pretende recompor sua carteira de patrocínios por meio de chamadas públicas, inclusive para festivais como o Janela de Cinema, que é reconhecidamente um dos principais do seu segmento." Com informações da Folhapress.

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