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Pandemia pode impactar retomada do Brasil em 2021, diz Fitch

Pandemia pode impactar retomada do Brasil em 2021, diz Fitch

Pandemia pode impactar retomada do Brasil em 2021, diz Fitch
Notícias ao Minuto Brasil

21:10 - 20/01/21 por Folhapress

Economia AGÊNCIA-FITCH

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Segundo a agência de classificação de risco Fitch, a evolução da pandemia de Covid-19 e o consequente déficit fiscal brasileiro devem impactar retomada da economia do país em 2021. A previsão da agência é um crescimento de 3,1% no PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e queda de 4,6% em 2020.

A elevada taxa de desemprego no país e o endurecimento das medidas de distanciamento social com a piora da pandemia no país também são apontados como riscos à economia.


Em evento nesta quarta-feira (20), Shelly Shetty, diretora de ratings soberanos para a América Latina da Fitch, disse ser fundamental a aprovação de reformas fiscais e o fim de gastos extraordinários, como o auxílio emergencial, que acabou ao fim de 2020, para a redução no déficit fiscal.


Ela também afirmou que a forma como a América Latina lida com a segunda onda da pandemia, o ritmo das distribuições e a qjuantidade de vacinas e a fragilidade de forma geral dos sistemas de saúde são pontos de atenção.


Mesmo com o crescimento dos casos de Covid-19 no Brasil, a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) considera o cenário atual diferente daquele observado em meados do ano passado e dizem que o momento não demanda medidas como o auxílio emergencial.


Um novo auxílio emergencial, pagamento feito à população de abril a dezembro de 2020 – e de forma residual neste mês –, voltou à discussão após os principais candidatos à presidência da Câmara mencionarem a possibilidade de relançar a medida.


Apesar de não descartarem o auxílio emergencial em uma situação extrema, integrantes do time de Guedes veem por enquanto a atividade se movimentando mesmo com a existência da pandemia e sem o auxílio.


A previsão da Fitch para o Brasil é uma das piores da América Latina. A agência vê o Peru com a maior retomada, com crescimento de 9% em 2021. Em seguida, vêm Colômbia e Chile, com elevação entre 4% a 5% no PIB este ano.


O grande motor para a recuperação na região é a expectativa de crescimento de 8% da economia chinesa.


"Essa é uma boa notícia para o sul da América Latina, onde muitos países têm mais de 25% de suas exportações indo para a China", afirmou Shelly.


A alta no preço das matérias-primas em decorrência da retomada chinesa também é tida como importante para as economias latinas.


O Brasil tem a vantagem do real depreciado neste contexto, segundo a Fitch, o deixa suas exportações mais competitivas no cenário internacional.


Outros fatores positivos citados por Shelly são os juros em mínimas históricas e resiliência do crédito doméstico. "Talvez um efeito das medidas de liquidez dos bancos centrais em 2020", disse a economista.


De acordo com Shelly, a recuperação pode ganhar tração conforme diminua o distanciamento social, e, neste sentido, o descontrole da pandemia pode atrasar a recuperação.


"Poucos países têm planos de vacinação e menos ainda começaram a vacinar. Quantidades seguras de vacinas não foram asseguradas por acordos, à exceção de México e Chile."


A imunização no Brasil começou no último domingo (17), em São Paulo, logo depois que a Coronavac teve o uso emergencial aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A quantidade de vacinas disponíveis no momento, porém, está aquém do planejado. O governo federal vinha tentando antecipar desde dezembro um lote de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca produzidas em um laboratório indiano, sem sucesso.


Além disso, a demora na chegada do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) vindo da China deve atrasar a fabricação da Coronavac pelo Instituto Butantan e do imunizante de Oxford/Astrazeneca pela Fiocruz.

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