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Ebanx demite 20% do quadro em mais um corte entre startups

O setor de startups e tecnologia desacelera desde o início de 2022, após um ano de grandes investimentos.

Ebanx demite 20% do quadro em mais um corte entre startups
Notícias ao Minuto Brasil

07:30 - 23/06/22 por Folhapress

Tech EBANX-NEGÓCIOS

(FOLHAPRESS) - A fintech curitibana Ebanx é mais recente startup a fazer demissões em massa este ano.

Nesta terça-feira (21), 340 pessoas foram avisadas que seriam desligadas -parte imediatamente, parte nos próximos seis meses. O corte equivale a 20% dos mais de 1.700 funcionários do grupo no Brasil.

A empresa, que presta serviços de pagamentos internacionais para companhias atuantes na América Latina, chegou ao valor de mercado de US$ 1 bilhão em 2019. Entre seus clientes estão Shein, Uber e Airbnb.

Em nota, a empresa disse que vai descontinuar projetos e revisar a sua operação. Os funcionários demitidos receberão valores adicionais, extensão do plano de saúde e computador de trabalho, afirma o grupo.

O setor de startups e tecnologia desacelera desde o início de 2022, após um ano de grandes investimentos. Em 2021, foram US$ 9,4 bilhões (em dezembro, cerca de R$ 53 bilhões) injetados na inovação brasileira, quase 2,6 vezes o que foi captado pelas empresas desse segmento em 2020 -US$ 3,5 bilhões.

O Ebanx afirmou que a decisão de revisar a operação foi tomada com base nesse cenário, "impactado de forma profunda e veloz pelo ambiente macroeconômico".

Em março, o presidente-executivo e fundador do Ebanx, João Del Valle, anunciou um adiamento de captação de recursos para o segundo semestre devido à volatilidade que impactou a avaliação das empresas e o humor dos investidores. A empresa anunciou também que não faria uma planejada oferta pública de ações (IPO) nos Estados Unidos no início do ano.

Em abril, QuintoAndar, Loft e Facily demitiram mais de 400 pessoas em uma semana. Assim como o Ebanx, são unicórnios -apelido das startups que valem mais de US$ 1 bilhão.

Em reposta à inflação, bancos centrais têm aumentado as taxas de juros -caso do BC brasileiro do americano, por exemplo.

Em março, após um longo período de juros zerados para estimular uma economia que quase parou com a crise sanitária, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) elevou a taxa em 0,25 ponto percentual.

Na última quarta-feira (15), o órgão promoveu o maior aumento de juros desde 1994: 0,75 ponto percentual. O país enfrenta a maior inflação em quatro décadas.

Taxas de juros mais altas tornam mais rentáveis aplicações menos arriscadas que startups -empresas em fase de crescimento acelerado que em muitos casos queimam caixa para superar as concorrentes.

A retração de serviços que cresceram na pandemia, como as compras online, também pesa no cálculo dos investidores. O setor havia sido beneficiado pela digitalização forçada que o isolamento social promoveu.

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