Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

No dia do impeachment, Bolsa cai com petróleo, mas real se valoriza

A commodity recuou por causa dos estoques semanais de petróleo nos EUA, que ficaram muito acima do esperado pelo mercado

No dia do impeachment, Bolsa cai com 
petróleo, mas real se valoriza
Notícias ao Minuto Brasil

18:34 - 31/08/16 por Folhapress

Economia Mercado

O forte recuo nos preços do petróleo nesta quarta-feira (31) jogou para baixo as Bolsas mundiais, e com o Ibovespa não foi diferente. O principal índice da Bolsa paulista fechou em queda de mais de 1%.

A commodity recuou por causa dos estoques semanais de petróleo nos EUA, que ficaram muito acima do esperado pelo mercado. O excesso de oferta global pressiona as cotações do petróleo.

O dólar, porém, teve comportamento misto frente às principais moedas, e caiu frente ao real.

No campo doméstico, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, no julgamento final no Senado, já havia sido antecipado pelo mercado.

"Com a concretização do impeachment, que era amplamente esperado, investidores aproveitaram para embolsar os lucros recentes", comenta um operador de Bolsa. "Agora, as atenções estão todas voltadas para o governo Temer e se ele vai conseguir implementar o ajuste fiscal."

Para analistas da Guide Investimentos, a manutenção dos direitos políticos de Dilma, algo que não estava previsto pelo mercado, contribuiu para manter a Bolsa em baixa.

Para os economistas José Francisco de Lima Gonçalves e Julia Araújo, do Banco Fator, o desmembramento da votação do impeachment "surpreendeu e deixa dúvidas sobre a intenção e o resultado".

Além disso, a semana é marcada pela cautela nos mercados, que aguardam os dados de emprego de agosto nos EUA, que saem na próxima sexta-feira (2). Um número muito forte pode elevar as apostas de aumento dos juros americanos ainda neste ano.

Nesta quarta-feira (31), saíram os dados de empregos do setor privado divulgados pela empresa ADP, que apontaram a criação de 177 mil vagas, um pouco acima das estimativas, que eram de 175 mil.

CÂMBIO E JUROS

Após um pregão volátil, o dólar comercial terminou em queda de 0,27%, a R$ 3,2310. Em agosto, a moeda americana caiu 0,40% e no ano, acumula perda de 18,20%.

A moeda americana à vista fechou em queda de 0,66%, para 3,2345. No mês, teve queda de 0,25%; no ano, recua 18,34%.

"A liquidez no mercado de câmbio foi baixa, e o dólar caiu mais porque alguém deve ter precisado vender a moeda hoje", comenta Hideaki Ilha, operador de câmbio da Fair Corretora.

O Banco Central não realizou nesta quarta-feira leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, o que colaborou para a volatilidade no câmbio.

Segundo operadores, o objetivo do BC, ao não realizar leilão de swap cambial reverso no último dia do mês, foi não interferir na formação da taxa Ptax, calculada pela autoridade monetária e que serve de referência a vários contratos cambiais.

Como tem ocorrido em final de mês, a autoridade monetária realizou nesta sessão rolagem de até US$ 3,3 bilhões de uma linha de crédito com compromisso de recompra.

No mercado de juros futuros, no dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anuncia sua decisão sobre o patamar da taxa básica de juros, o mercado de juros futuros teve leve alta nos contratos mais curtos e recuou no longo prazo.

O contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 14,015% para 14,020%; o contrato de DI para janeiro de 2018 avançou de 12,770% para 12,780%; e o DI para janeiro de 2021 caiu de 12,170% para 12,040%.

O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, subia 0,42%, aos 259,599 pontos.

O PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, que contraiu 0,6% ante os três meses anteriores, ficou levemente acima das projeções (-0,5%), mas não chegou a mexer com o mercado financeiro.

"As sondagens de expectativas seguem indicando nova melhora no mês de agosto, o que pode trazer um terceiro trimestre já melhor do que o segundo. Algum sinal mais evidente de reversão da atual recessão, no entanto, só deve vir no último trimestre deste ano", comentam os economistas do Banco Fator.

BOLSA

O Ibovespa fechou em baixa de 1,15%, aos 57.901,11 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,6 bilhões.

Em agosto, o índice ganhou 1,03%; no ano, acumula alta de 33,57%.As ações da Petrobras caíram 1,83%, a R$ 12,85 (PN), e 2,89%, a R$ 14,74 (ON), influenciadas pelo tombo do petróleo.

Em Londres, o petróleo tipo Brent caía 2,75%, a US$ 47,04 o barril; em Nova York, o petróleo tipo WTI cedia 3,30%, a US$ 44,82 o barril.

Os papéis da Vale perderam 4,29%, a R$ 14,47 (PNA), e 4,02%, a R$ 16,94 (ON), acompanhando o comportamento de concorrentes na Europa e o recuo do minério de ferro na China.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 2,04%; Bradesco PN, -0,64%; Bradesco ON, -1,72%; Banco do Brasil ON, -2,19%; Santander unit, -0,87%; e BM&FBovespa ON, -1,04%.

EXTERIOR

Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,24%; o Dow Jones, -0,29%; e o Nasdaq, -0,19%.

Na Europa, a Bola de Londres terminou em baixa de 0,58%; Paris, -0,43%; Frankfurt, -0,61%; Madri, +0,36%; e Milão, +0,31%.

Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve ganho de 0,48%. O índice de Xangai avançou 0,35%.

Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,97%, a 16.887 pontos, com a desvalorização do iene ajudando o setor exportador. Com informações da Folhapress.

Campo obrigatório