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Surpresa com Trump motiva corrida por importações

O País registrou um salto de 21,2% nas importações de bens de consumo duráveis e avanço de 13,8% nas de bens de consumo não duráveis

Surpresa com Trump motiva corrida por importações
Notícias ao Minuto Brasil

17:49 - 21/12/16 por Notícias ao Minuto Brasil

Economia Automóveis

A valorização recente do dólar parece ter despertado uma antecipação de compras de bens importados. O País registrou um salto de 21,2% nas importações de bens de consumo duráveis e avanço de 13,8% nas de bens de consumo não duráveis, em relação a novembro de 2015, conforme dados do Indicador Mensal da Balança Comercial, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O movimento sinaliza que as importações podem ter aumentado antecipando o risco de uma desvalorização cambial associada às incertezas domésticas e internacionais, na avaliação de Lia Valls, pesquisadora da área de Economia Aplicada do (Ibre/FGV).

"Por que teve um aumento tão grande, que não vinha ocorrendo antes? Em novembro, teve um possível efeito da eleição de Trump (Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos), uma valorização do dólar. Então pode ter antecipado um pouco a importação e bens, também estamos próximos do Natal. A alta foi, principalmente, de automóveis de passageiros e alimentos e bebidas para consumo doméstico. Existe uma expectativa de desvalorização do câmbio e aumento de alíquotas de imposto sobre bebidas", justificou Lia.

O câmbio teve uma desvalorização de 3,4% entre outubro e novembro, lembrou Lia. Entre os bens de maior contribuição em volume no último mês estão automóveis, fertilizantes, medicamentos e alimentos. Também houve alta de 3,7% nas importações de bens de capital. Já as importações de bens de consumo semiduráveis (-2,6%) e intermediários (-3,0%) mostraram recuo.

No caso das exportações, houve aumento de 41,7% no volume de bens de capital no mês de novembro está associado a duas plataformas de petróleo, que somaram US$ 1,9 bilhões. As vendas de bens de consumo duráveis cresceram 24,4%, impulsionadas pelas vendas de automóveis para a Argentina (com 62% do total).

As exportações de bens de consumo semiduráveis tiveram alta de 13,4% ante novembro do ano passado, enquanto os bens intermediários avançaram 1,6%. O volume de bens de consumo não duráveis caíram 7,7%.

No acumulado do ano, todas as categorias de uso registram crescimento das exportações: bens de capital (+33,2%), bens duráveis (+27,6%), bens de consumo não duráveis (+3,6%), semiduráveis (+16,4%) e intermediários (+3,2%). Nas importações, apenas bens de capital (+10,7%) e bens de consumo não duráveis (+3,2%) não tiveram retração. O volume importado de bens de consumo duráveis diminuiu 28%; bens de consumo semiduráveis, -35,9%; e intermediários, -6,3%.

Em novembro, as exportações cresceram 17,5% e as importações recuaram 9,1% em relação a igual período de 2015, levando a um saldo comercial de US$ 4,8 bilhões. O desempenho das exportações foi liderado pelas manufaturas que registraram aumento de 42% ante novembro do ano passado. A exportação de duas plataformas de petróleo no valor de US$ 1,9 bilhões contribuiu para o resultado. Sem as plataformas, as exportações teriam crescido 7,5%. No caso das importações, a queda foi puxada pelas compras de combustíveis (-47%), seguida de bens de capital (-22%).

No acumulado de janeiro a novembro, as exportações (-3%) e importações (-22%) caíram na comparação com 2015 e o saldo comercial foi de US$ 43 bilhões. A FGV estima que o saldo deve fechar 2016 em torno de US$ 47 bilhões.

O Indicador Mensal da Balança Comercial replica o cálculo feito pelo IBGE para obter o resultado das Contas Nacionais Trimestrais e integra o conjunto de informações usadas para o cálculo do Monitor do PIB da FGV. O índice está em desenvolvimento e entrará na grade de divulgações da FGV após um período de possíveis ajustes de metodologia. Com informações do Estadão Conteúdo.

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