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Montadoras esticam ônibus para elevar receita de empresas de transporte

A criação desse novo nicho no segmento de ônibus rodoviário nacional, antes limitado a 14 metros de comprimento, foi um pedido das operadoras de transporte de passageiros

Montadoras esticam ônibus para elevar receita de empresas de transporte
Notícias ao Minuto Brasil

11:49 - 12/08/17 por Estadao Conteudo

Economia Veículo

Montadoras esticaram os ônibus para melhorar a receita das empresas de transporte no segmento rodoviário. A partir deste ano parte dos veículos ganhou um metro no comprimento, espaço extra que permite levar até oito passageiros a mais em um ônibus de dois pisos. Em um veículo executivo normal é possível adicionar até 16 poltronas, dependendo da configuração. Com isso, as empresas conseguem melhorar a remuneração por viagem.

A criação desse novo nicho no segmento de ônibus rodoviário nacional, antes limitado a 14 metros de comprimento, foi um pedido das operadoras de transporte de passageiros. Elas buscavam uma forma de compensar a alta de custos em razão das leis que ampliaram de três para sete o número de assentos gratuitos para idosos, deficientes físicos e estudantes de baixa renda.

Outra medida que entraria em vigor em julho, mas foi postergada para o mesmo mês de 2018, obriga a instalação de plataformas elevatórias para cadeirantes em todos os ônibus. "São medidas que geram custos extras ao transportador e podem ser compensadas com maior oferta de assentos", diz Silvio Munhoz, diretor da Scania.

As empresas já produziam ônibus de 15 metros para exportação, mas o uso no mercado brasileiro exigiu aprovação da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). A homologação ocorreu em março. Por enquanto, três montadoras investiram no novo nicho. Mercedes-Benz, Scania e Volvo adaptaram os chassis antes voltados ao mercado externo. Já a Marcopolo, maior fabricante de carrocerias do País, investiu entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões para preparar as carrocerias mais longas.

O preço do ônibus maior chega próximo a R$ 1 milhão, enquanto o de 14 metros custa cerca de R$ 900 mil. "A maior quantidade de passagens vendidas compensa e remunera o empresário que paga mais pelo ônibus", avalia o diretor comercial da Volvo, Gilberto Vardânega.

Mercado. Esse novo nicho no mercado, mais voltado a viagens de longa distância e uso turístico, tem atraído transportadoras e ajudou as fabricantes a melhorar o desempenho da produção.

No primeiro semestre do ano, a Marcopolo produziu 541 ônibus rodoviários para o mercado brasileiro, 29% a mais em relação a igual período de 2016. Desse total, metade foi de versões com 15 metros.

O mercado total de ônibus registrou queda de 17% nas vendas de janeiro a julho, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O segmento de rodoviários, por sua vez, caiu 11,5%, e o de urbanos, 25,8%, de acordo com fabricantes.

Avanço

O diretor da Mercedes-Benz, Walter Barbosa, diz que, desde março, a empresa vendeu 24 ônibus com 15 metros e negocia mais 80. Ele acredita que até o fim do ano a marca deverá vender 200 veículos desse porte.

A Scania vendeu 152 unidades e tem outras 50 em carteira para serem entregues nos próximos meses. "Vamos dobrar nosso faturamento nesse segmento puxados pelo novo nicho", afirma Munhoz. Ele destaca vantagens para o segmento turístico que trabalha com ônibus de dois andares, os chamados "Double Decker", com dois pisos, que nas versão de 14 metros transportam 53 passageiros.

"Vai aumentar muito a oferta de ônibus com dois tipos de classe de viajantes, a executiva e a turística, similar aos aviões", diz Munhoz. A parte de cima, com bancos semileito, ganha quatro assentos. Na debaixo, com poltronas leito, são três a mais. Se ambos pisos forem semileito, são oito passageiros extras. Já os com poltronas normais podem agregar até 16 assentos, mas ainda não há demanda para essa versão.

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