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Bolsa fecha em baixa; dólar sobe a R$ 3,14

A possibilidade de um terceiro aumento de juros nos Estados Unidos provocou a valorização do dólar nesta sessão

Bolsa fecha em baixa; dólar sobe a R$ 3,14
Notícias ao Minuto Brasil

18:11 - 21/09/17 por Folhapress

Economia Mercado financeiro

O otimismo com o mercado financeiro brasileiro deu uma pausa nesta quinta-feira (21) e os investidores decidiram embolsar lucros obtidos em sessões anteriores, o que fez a Bolsa encerrar o dia no vermelho. O dólar subiu para R$ 3,14 ainda sob impacto da sinalização de uma terceira alta nos juros americanos neste ano.

O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, fechou em baixa de 0,53%, para 75.604 pontos. O volume negociado no dia foi de R$ 9,3 bilhões, contra giro médio de R$ 8,27 bilhões no ano.

O dólar comercial subiu 0,44%, para R$ 3,145. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve valorização de 0,52%, para R$ 3,135.

O movimento de queda da Bolsa era esperado, após os recordes seguidos batidos nos últimos pregões. Desde segunda passada (11), quando atingiu pela primeira vez o maior nível nominal -sem descontar a inflação- desde 20 de maio de 2008, a Bolsa acumula valorização de 3,5%. O mercado fechou no azul em seis dos últimos nove pregões.

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"Há uma alta forte desde o inicio de setembro, então o potencial de realização de lucro é elevado", diz Alvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais. "Tem um fluxo entrando, os investidores estrangeiros estão com saldo de R$ 15 bilhões positivo neste ano. Em alguns dias, o mercado vai sentir a pressão de venda e cair."

Dados de inflação fizeram a Bolsa subir no início dos negócios. O IPCA-15, indicador considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,11% em setembro. Foi o menor patamar para o mês desde 2006.

Nos 12 meses até setembro, o IPCA-15 acumula alta de 2,56%, o que reforça a percepção de que a inflação oficial deve terminar o ano abaixo do piso da meta pela primeira vez.

A sinalização foi reforçada pelo relatório trimestral de inflação do Banco Central, que passou a ver o IPCA ainda mais abaixo do centro da meta em 2017 e 2018.

No documento, o BC indica que a inflação vai subir 3,2% neste ano e 4,3% em 2018 pelo cenário de mercado, abaixo dos patamares de 3,3% e 4,4% traçados no comunicado da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no início deste mês.

"A Selic [taxa básica] deve fechar o ano em 7% ou abaixo disso. A inflação baixa pode justificar o corte de um ponto percentual na reunião do Copom de outubro, embora ainda existam vários números para sair", afirma Bandeira. O boletim Focus, do Banco Central, estima a Selic a 7% no fim do ano.

AÇÕES

Dos 59 papéis que compõem o Ibovespa, 47 terminaram a sessão no vermelho. 11 subiram e uma terminou estável.

As ações da Petrobras perderam mais de 1%, apesar da leve alta dos preços do petróleo diante da expectativa de que os tetos de produção da commodity pelos países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) sejam mantidos.

As ações preferenciais da estatal caíram 1,26%, para R$ 15,67. Os papéis que dão direito a voto recuaram 1,22%, para R$ 16,18.

A mineradora Vale teve desvalorização de cerca de 2%, com a forte queda de 5% dos preços do minério de ferro no exterior. Os papéis ordinários da Vale perderam 1,99%, para R$ 32,51. As ações preferenciais caíram 2,02%, para R$ 30,05.

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 0,14%. Os papéis preferenciais do Bradesco avançaram 0,03%, e os ordinários tiveram queda de 0,95%. O Banco do Brasil subiu 2,19%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil se desvalorizou 1,02%.

As maiores quedas do Ibovespa foram registradas pelas ações da Eletrobras. Em entrevista à agência Bloomberg, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, indicou que a venda de distribuidoras da Eletrobras pode ficar para 2018.

As ações ordinárias caíram 3,41%, e as preferenciais recuaram 3,63%.

DÓLAR

A possibilidade de um terceiro aumento de juros nos Estados Unidos provocou a valorização do dólar nesta sessão. Das 31 principais moedas do mundo, o dólar ganhou força ante 17.

Além da sinalização, os investidores avaliaram também o anúncio de que o Fed vai começar a normalizar seu balanço patrimonial a partir de outubro.

"O anúncio esperado era sobre a redução do balanço patrimonial, mas US$ 10 bilhões por mês em um balanço de US$ 4 trilhões não faz grande efeito. A inflação baixa nos EUA é um mistério, e deixa em aberto a alta de juros em dezembro", afirma Bandeira.

O Banco Central vendeu os 12 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em outubro. Até agora, já rolou US$ 3 bilhões dos US$ 9,975 bilhões que vencem no próximo mês.

Depois de subir 12,2% por ajuste técnico na sessão anterior, o CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) brasileiro fechou com alta de 0,67%, para 203,4 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em baixa nesta sessão. Com informações da Folhapress. 

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