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Fundos pedem destituição do Conselho de Administração da BRF

Destituição iniciaria por Abilio Diniz, presidente da empresa desde 2013

Fundos pedem destituição do Conselho de Administração da BRF
Notícias ao Minuto Brasil

15:58 - 25/02/18 por Folhapress

Economia na parede

Os fundos de pensão da Petrobras e do Banco do Brasil enviaram carta ao Conselho de Administração da BRF, líder do mercado de processamento de alimentos no país, pedindo realização de assembleia extraordinária para avaliar a destituição de todos os seus membros -a começar por Abilio Diniz, presidente do órgão desde 2013. A correspondência foi protocolada neste sábado (24) e a BRF divulgou fato relevante ao mercado.

O movimento é decorrente da aguda crise financeira da empresa, que registrou prejuízo de R$ 1,1 bilhão em 2017. Os fundos -Petros (Petrobras) e Previ (BB)- detêm mais de 20% do capital da empresa, e agora estão articulando votação em conjunto com fundos estrangeiros insatisfeitos com os resultados, como o britânico Aberdeen (5%). Com isso, a pressão para saída de Abilio e do fundo Tarpon (donos de cerca de 8% da BRF) cresce.

Abilio, que ainda não comentou o caso, tem oito dias para responder à convocação. Segundo a legislação, se não o fizer, os acionistas podem realizar a assembleia à sua revelia. Segundo se comenta na empresa, a relação dele com o Tarpon, seu aliado durante quase todo o período à frente da BRF, está fortemente estremecida.

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No ano passado, uma série de fatores ajudou a pressionar a BRF, tanto do ponto de vista de gestão quanto político. A empresa foi alvo da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, o que enfraqueceu uma posição já de exposição no mercado. Um ex-conselheiro foi preso pela Operação Lava Jato, dois outros são investigados sob acusação de serem infiltrados da rival JBS e o braço direito de Abilio na empresa teve de ser afastado por ter sido condenado em segunda instância em um caso de fraude não relacionado com a BRF.

Por fim, em agosto foi anunciada a saída do presidente da empresa desde 2015, Pedro Faria, que voltou para o Tarpon. Seu sucessor, José Drummond, apoiado por Abilio e pelo fundo, agora tem sua posição disputada. Só na sexta (23) a BRF perdeu 8,33% de seu valor de mercado na Bolsa devido à divulgação do prejuízo. Em conferência naquele dia, Abilio disse ter sido "surpreendido" pelo mau resultado.

Além disso, conselheiros questionam a intensificação da relação da BRF com a rede de supermercados Carrefour, da qual Abilio é o terceiro maior acionista. Embora o Conselho Administrativo de Defesa Econômica tenha aprovado preliminarmente o acúmulo de posições nas duas empresas em 2015, há integrantes do conselho que veem conflito de interesses. Com informações da Folhapress.

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