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Mundo se arma para guerra comercial em resposta às barreiras de Trump

Governos de países potencialmente afetados pela medida já consideram formar uma aliança internacional em um megaprocesso na OMC

Mundo se arma para guerra comercial em resposta às barreiras de Trump
Notícias ao Minuto Brasil

09:12 - 03/03/18 por Estadao Conteudo

Economia Relação

O presidente americano Donald Trump acendeu o estopim de uma guerra comercial global ao anunciar, na quinta-feira, a adoção de barreiras tarifárias à exportação de aço e alumínio. Nessa sexta-feira (2), houve uma reação global generalizada contra a medida, com vários países ameaçando retaliar os Estados Unidos impondo também barreiras contra produtos americanos. "Não vamos ficar sentados e ver nossa indústria ser afetada por essa medida", afirmou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Segundo apurou a reportagem, governos de países potencialmente afetados pela medida já consideram formar uma aliança internacional em um megaprocesso na Organização Mundial do Comércio (OMC), na tentativa de fazer pressão para que a medida de Trump não abra um precedente para outros setores.

O presidente americano quer impor uma taxa de 25% sobre as importações de aço e de 10% contra o alumínio estrangeiro, numa medida para proteger a indústria local. E na sexta-feira, no Twitter, fez uma espécie de defesa das guerras comerciais: "Quando um país está perdendo vários bilhões de dólares em comércio com praticamente todos os países com que faz negócios, guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar".

As reações foram imediatas. A União Europeia indicou que vai responder de forma "firme", com tarifas de importação também de 25% sobre cerca de 3,5 bilhões de euros em fluxo de comércio americano. Isso incluiria as exportações agrícolas, mas também afetaria marcas de dimensões globais dos EUA, como motos Harley-Davidson ou roupas Levi's, citadas por Juncker.

Cecilia Malmstrom, comissária de Comércio da Europa, confirmou que Bruxelas está "discutindo diferentes medidas" contra produtos americanos. "Estamos olhando para tudo, desde levar o caso à OMC, sozinhos, com parceiros, mas também medidas de salvaguarda ou possíveis retaliações", disse.

Uma primeira etapa do processo na OMC deve ser lançada em breve. Nos bastidores, a reportagem apurou que diplomatas consideram uma ação conjunta para mostrar a unidade da comunidade internacional contra Trump.

Em 2002, algo parecido foi realizado por Europa, Brasil, Japão e vários outros governos contra medidas similares adotadas por George W. Bush.

Num raro comunicado de apoio à Europa, o governo russo indicou que compartilha das preocupações dos governos europeus. "Vamos analisar nossa relação comercial com Washington"", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Mesmo o principal parceiro comercial dos EUA, o Canadá, deixou clara sua irritação com a medida de Trump. "Essa tarifa será inaceitável", disse o ministro de Comércio do Canadá, François-Philippe Champagne. Com informações do Estadão Conteúdo.

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