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Falta de investimento impede divulgação do Brasil no exterior

Especialistas comentaram potencial turístico do país em evento realizado nesta quinta

Falta de investimento impede divulgação do Brasil no exterior
Notícias ao Minuto Brasil

16:15 - 15/03/18 por Folhapress

Economia Turismo

Apesar de seu grande potencial em recursos naturais e culturais, o Brasil não tem conseguido atrair tantos turistas estrangeiros quanto outros países. Além de problemas estruturais, a falta de investimento do governo federal na área prejudica a divulgação do país no exterior.

A conclusão é de especialistas que debateram o tema na manhã desta quinta-feira (15) na mesa de abertura do Seminário Turismo e a Internacionalização do Brasil, organizado pela Folha de S.Paulo, com apoio da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e da CVC.

O seminário aconteceu na Pinacoteca do Estado de São Paulo. A mediação da mesa ficou a cargo da jornalista da Folha de S.Paulo Joana Cunha.

Para o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, é essencial que haja uma compreensão e planejamento estrutural do turismo no país como uma área importante para o crescimento da economia, a exemplo de países vizinhos, como Colômbia, Peru e Argentina, que tiveram um avanço do setor maior do que o do Brasil nos últimos anos.

Segundo ele, o Brasil divulga pouco até mesmo seu envolvimento em áreas em que é líder, como a exportação de suco para a Europa.

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Lummertz citou a falta de exploração de recursos naturais como uma oportunidade desperdiçada pelo Brasil. "66% do território nacional é ocupado por parques e reservas, mas eles recebem só 9 milhões de visitantes. Nos Estados Unidos, com uma área muito menor, 330 milhões de turistas vão a esses lugares todos os anos", afirmou.

De acordo com o presidente da Embratur, no ano passado, o crescimento de Portugal foi de 4%, e teria sido de -1% se não houvesse o turismo. "É esse nível de compreensão da importância do setor para a economia que temos de buscar para o turismo do Brasil", disse.

Lummertz também defendeu a possibilidade de transformação da Embratur em um organismo semelhante ao Sebrae, que preste apoio e incentivo às micro e pequenas empresas da área de turismo, em um projeto de lei que deverá ser votado no Congresso em breve.

No debate, o diretor do Turismo de Portugal no Brasil, Bernardo Cardoso, deu o exemplo de como o país europeu usou o turismo para superar a crise econômica recente.

"Para os portugueses, as crises são pontos de reflexão e reestruturação. Passamos a priorizar segmentos como surfe, gastronomia, vinho, música. Nós fomos pelo lado da diferenciação. O vinho português não é melhor que os de outros países, é diferente. A comida não é melhor, mas é diversificada, você pode almoçar todos os dias sem repetir um prato."

REDES SOCIAIS

A professora de pós-graduação em administração da Unigranrio Deborah Moraes Zouain destacou a importância de utilizar mecanismos que promovam a interatividade entre os cidadãos, como as redes sociais, para melhorar a imagem passada pelo país no exterior e também melhorar a comunicação com a população, diminuindo problemas de organização no caso de megaeventos, como a Olimpíada do Rio.

"No Rio, as redes sociais explodem com o que tem de negativo, como a violência. Para melhorar isso, é preciso trabalhar a interação entre todos os atores da cadeia de turismo e atuar na revitalização de áreas da cidade. Esse é um gargalo que tem levado a dificuldades do desenvolvimento econômico", disse.

O papel dos órgãos ligados ao turismo é o de interagir e cobrar recursos do governo para a área, segundo a presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), Magda Nassar.

Nassar contou que o sucesso de sites como o Airbnb, além dos impostos reduzidos em relação a agências de viagens tradicionais, vem de um caminho mais moderno e impactante de planejar uma viagem e da venda não apenas de um local para ficar, mas de uma experiência de convivência com o entorno daquela região.

"Mas esse diferencial pode acabar se eles começarem a pagar os mesmos impostos que nós. As operadoras hoje estão se alinhando para fazer aquilo que já fazem há muito tempo -alugar casas, transporte-, mas de forma mais moderna", afirmou. Com informações da Folhapress.

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