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Incluir reestruturação da carreira de militar irrita parlamentares

Delegado Waldir (PSL-GO), que representa o partido do próprio presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a proposta vem em "momento difícil"

Incluir reestruturação da carreira de militar irrita parlamentares
Notícias ao Minuto Brasil

19:08 - 20/03/19 por Folhapress

Economia Previdência

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Líderes partidários da Câmara ficaram irritados com a inclusão da proposta de reestruturação de carreira dos militares dentro do pacote de reforma da Previdência, que foi entregue na Casa nesta quarta-feira (20).

Delegado Waldir (PSL-GO), que representa o partido do próprio presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a proposta vem em "momento difícil" e que pode abrir precedente para a inclusão de outras carreiras, diminuindo o impacto fiscal das propostas de mudança nas regras da aposentadoria.

"Nós estaremos analisando, sabemos que vem uma reestruturação de cargos que traz gastos públicos, a liderança vai ver se existe equidade com as demais carreiras policiais e aí dialogar", afirmou Waldir.

Ele afirmou que é preciso analisar se "todos estão sendo penalizados, ou se uma ou outra categoria está sendo beneficiada de forma diferente".

A reestruturação das Forças Armadas representa uma despesa adicional de R$ 86,85 bilhões em dez anos, reduzindo a economia com a mudança nas regras de aposentadoria para R$10 bilhões no mesmo período.

+ Nova Previdência dos militares prevê economia de R$ 10,45 bi em 10 anos

A fala do parlamentar denota que o governo pode ter problemas à vista: a bancada de seu partido é composta em grande parte por deputados de carreiras da segurança pública, que podem pleitear mudanças em sua estrutura de carreira.

Irritando seus próprios deputados, o governo torna mais difícil uma articulação que já é vista como deficiente no Congresso. Hoje, lideranças dizem que a base de Bolsonaro é composta apenas pelo PSL.

A análise é a mesma em partidos do centrão, que afirmam que uma reestruturação de carreiras militares neste momento pode "abrir a porteira" para que civis peçam a mesma coisa.

"A gente tem que ter cuidado porque a proposta não pode ser seletiva. Temos que dar o mesmo tratamento a civis e militares sob pena de contaminar o ambiente [de votação]. Fico preocupado quando se fala em reestruturação de carreira, será que era o momento adequado para se tratar disso?", afirmou Elmar Nascimento (BA), líder do DEM.

Já o líder do Podemos ecoou a crítica que se ouve no Congresso sobre a articulação do envio da proposta pelo Planalto. José Nelto (GO), disse que o governo deveria ter chamado os parlamentares para apresentação do texto.

+ Bolsonaro entrega proposta que muda regra da Previdência para militares

Os líderes não receberam avisos sobre a proposta e afirmam que ainda não tiveram como conhecer o mérito. "Estão cometendo o mesmo erro que na Previdência geral", diz Nelto.

Outros deputados também afirmaram que, se o governo pretende formar base para aprovação, deve levar as propostas para conhecimento dos deputados, porque eles não teriam como apoiar aquilo que não leram.

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