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Pela primeira vez desde 2016, economia brasileira pode recuar

Os dados divulgados pelo Banco Central corroboraram essas projeções

Pela primeira vez desde 2016, economia brasileira pode recuar
Notícias ao Minuto Brasil

12:30 - 16/04/19 por Estadao Conteudo

Economia Trimestre

Além de projeções já indicarem que o crescimento da economia brasileira poderá ficar na faixa decepcionante de 1% em 2019, começam a surgir estimativas que apontam uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores, o que não acontece desde o último trimestre de 2016 (-0,6%).

Dados divulgados nessa segunda-feira, 15, pelo Banco Central corroboraram essas projeções. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) mostrou que a economia recuou 0,73% em fevereiro ante janeiro - a maior queda desde maio de 2018, mês da greve dos caminhoneiros. Em janeiro, o indicador havia cedido 0,31%.

Os bancos Fator, Bradesco e Itaú Unibanco são os que estimam declínio do PIB no período de janeiro a março, enquanto outras instituições, ainda que esperem leve alta, não descartam a possibilidade. O PIB do período será divulgado pelo IBGE em 30 de maio.

O Fator projeta recuo de 0,2% para o primeiro trimestre na comparação com o último do ano passado. O economista-chefe do banco, José Francisco de Lima Gonçalves, afirma que os indicadores econômicos de março indicam para um cenário de deterioração. "Tem consumo de energia mais fraco, confiança mais baixa e utilização da capacidade instalada menor."

O Itaú revisou, na última sexta-feira, sua expectativa para o PIB do primeiro trimestre: de alta de 0,3% para declínio de 0,1%. Com isso, a estimativa para crescimento em 2019 passou de 2% para 1,3%. Em nota, o banco observou que não há sinais de melhora do investimento e que a indústria está estagnada.

O Bradesco reconheceu que a atividade segue fraca e os sinais de retomada são incipientes. A estabilidade das vendas no varejo e a queda nos serviços em fevereiro são condizentes com a expectativa de retração do PIB de 0,1% no primeiro trimestre, segundo o banco.

Um dos primeiros a estimar crescimento na faixa de 1% em 2019, o economista-chefe da Necton, André Perfeito, por ora, projeta alta de 0,15% para o período de janeiro a março, mas admite que uma queda é possível. O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, também não descarta um resultado negativo, ainda que atualmente estime alta 0,2%. "O grande entrave é aprovar a reforma da Previdência e resgatar a confiança", diz. Para Vale, a reforma está "mais demorada, mais difícil e com grande risco de ser pior".

Segundo o economista Julio Cesar Barros, da Mongeral Aegon Investimentos, a redução da produção da Vale depois do rompimento da barragem em Brumadinho (MG) é uma das explicações para a decepção no primeiro trimestre. Barros espera uma alta de até 0,2% no PIB do período. "Mas não é o fim do mundo, não é o fim da recuperação econômica. Se o segundo trimestre ficar negativo também, aí realmente o cenário fica complicado."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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