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Jogadores do Santos podem ir à Justiça após corte de 70% no salário

Os jogadores alegam que o combinado seria um corte de 30% no salário

Jogadores do Santos podem ir à Justiça após corte de 70% no salário
Notícias ao Minuto Brasil

05:00 - 14/05/20 por Folhapress

Esporte Futebol

SÃO PAULO E SANTOS, SP (FOLHAPRESS) - O elenco do Santos busca um acordo imediato com a diretoria do clube devido a divergências no valor do corte de salários em meio à crise provocada pela pandemia da Covid-19. Ainda sem respostas, os atletas não descartam a possibilidade de acionar a Justiça, embora não desejem adotar a medida por enquanto.

Os jogadores afirmam que, depois de negociações com a diretoria, abriram mão de 30% dos seus vencimentos referente aos meses de abril, maio e junho. Na última quinta-feira (7), porém, eles foram surpreendidos na véspera da data de pagamento com a informação de que a redução seria ampliada para 70%.

O clube fez o depósito somente nesta terça-feira (12) e defende que o corte real é de 35%, não de 70%, porque metade do desconto será devolvido nos meses seguintes para os jogadores. Não está claro de que forma isso será feito.

A justificativa da diretoria do clube, presidido por José Carlos Peres, é que a redução nesse patamar se faz necessária para evitar a demissão de funcionários com salários de até R$ 6,1 mil, que são 80% do quadro total. Estes não sofrerão reajustes.

Um acordo de 30% de desconto nos salários dos jogadores teria sido sacramentado entre as partes no dia 9 de abril. Além disso, eles também abriram mão de mais R$ 6 mil mensais para serem repassados a outros funcionários do clube.

"Gostaria de avisá-los que hoje entrará o salário de março integralmente. Também, o aceite da proposta de 30% para o mês de abril", disse o diretor de futebol, William Thomas, no grupo de WhatsApp que reúne integrantes do elenco. "Solicito aqui o de acordo de vocês com relação ao acordado acima, para que possamos dar seguimento na homologação", completou.

Na véspera do pagamento de abril, Thomas enviou nova mensagem: "Como ainda não há um acordo com os atletas profissionais, nem por meio do sindicato correspondente, após conversas com o grupo de capitães o clube decidiu realizar o depósito possível".

A mensagem causou revolta entre os atletas, que também reclamam por não terem sido procurados diretamente por Peres. O volante Carlos Sánchez, que tem sido o porta-voz do elenco na negociação, afirma ter sido ignorado pelo presidente.

Os jogadores foram orientados pelos seus procuradores e advogados a não concordar com a proposta nem assinarem documentos. O advogado Alan Belaciano, conhecido de alguns deles, foi procurado para orientá-los.

"São muitas as mensagens e questionamentos, vou me inteirar e até o final do dia dou um retorno sobre a situação", disse Belaciano à reportagem.

Os jogadores também apresentaram queixas aos sindicatos dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp), presidido por Rinaldo Martorelli, e do Município de São Paulo (SIAFMSP), presidido por Washington Mascarenhas.

Segundo a diretoria do clube, houve várias rodadas de negociação com o elenco, mas sem acordo, o que tornou necessária uma medida imediata para aliviar os problemas de caixa.

A proposta inicial dos atletas era um desconto de 15%, que seriam ressarcidos integralmente mais tarde.

A resposta de Peres foi que esse percentual pouco aliviaria a situação financeira do clube.

Além disso, a diretoria se mostrou irritada com o que considerou intransigência por parte dos jogadores. Estes, por sua vez, argumentam que sempre ajudaram diretamente funcionários.

Após fortes chuvas no litoral paulista, que deixaram mais de 42 mortos e centenas de desabrigados no início do ano, eles fizeram doações e aportes financeiros sem alarde a famílias de pessoas que trabalham no Santos.

O presidente do Sapesp afirma que a medida provisória editada pelo governo federal que prevê a redução salarial não afasta necessidade de acordo entre as partes.

"Mesmo que a agremiação devolva 35%, continua em vulnerabilidade. Não pode fazer uma mudança unilateral de contrato sem o consentimento dos atletas", diz Rinaldo Martorelli. Ele afirma ser possível até que o elenco consiga a rescisão de seus contratos, mas para isso todos os atletas teriam de concordar.

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