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Baixa estatura não deixou Bruno disputar vaga em Londres-2012, diz pai

Entre os 48 atletas que disputaram o vôlei de praia na Rio-2016, só havia três mais baixos do que Bruno –todos eliminados antes das quartas-de-final

Baixa estatura não deixou Bruno 
disputar vaga em Londres-2012, diz pai
Notícias ao Minuto Brasil

15:15 - 19/08/16 por Folhapress

Esporte Volêi de Praia

Ganhador do ouro olímpico no vôlei de praia, Bruno Oscar Schmidt, 1,85 m, não pôde disputar vaga para Londres-2012 por não atingir altura mínima exigida pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) à época, afirmou seu pai Luiz Felipe.

Minutos após a vitória contra a equipe da Itália, Bruno dedicou o título ao pai, que o impediu de abandonar a carreira de atleta do vôlei de praia.

"E muito difícil ser um jogador do meu porte. Cansava demais. Eu perguntava: pai, não estou perdendo tempo nisto? Meus amigos já estavam se formando e eu insistindo numa coisa em que ninguém me queria", disse Bruno. "Mas meu pai nunca me deixou parar. Dedico muito a ele. Por causa dele estou aqui. Sempre acreditou em mim."

"Chegou um momento em que o lado psicológico começou a balançar. Quis parar. Ele dizia: vai ser difícil, mas você vai ser campeão. Meu pai nunca deixou que eu perdesse tempo e dizia que eu devia esquecer as críticas", relembrou Bruno.

Entre os 48 atletas que disputaram o vôlei de praia na Rio-2016, só havia três mais baixos do que Bruno –todos eliminados antes das quartas-de-final da competição. O mais alto, o holandês Christiaan Varenhorst, com 2,11m, tem 26 centímetros a mais do que o brasileiro.

"Teve uma época, na CBV, que se quis criar o limite mínimo de altura. E o Bruno estava abaixo desse limite. Não era convocado para nada. Na Olimpíada de Londres ele estava fora dos critérios da CBV. Não teve chance nem sequer de concorrer à vaga", afirmou Luiz Felipe Schmidt, 54, pai de Bruno e Júlia, esta também atleta de vôlei de praia.

"Era como se fosse 'persona non grata', não desejada. Bruno superou paradigmas. Serviu de exemplo para muitos outros atletas maravilhosos, que acreditaram que podem chegar aonde seus sonhos indicam", disse.

FAMÍLIA

A paixão pelo esporte está entranhada na família. Irmão de Oscar, o "Mão Santa", Luiz Felipe começou jogando basquete, mas mudou para o vôlei quando fez 29 anos.

Aos 49, chegou a ser campeão master de vôlei de praia. "De certa forma fui egoísta. Apreciava tanto o talento dele, gostava tanto de vê-lo jogar, que não podia deixar isso acabar. Algumas vezes, ele chegou e disse que o tempo estava passando e ele não estaria construindo nada na vida. Eu, de forma egoísta, não o deixei parar", disse Luiz Felipe.

O pai de Bruno atribui a outro irmão a paixão pelo vôlei numa família com o craque do basquete. "Meu irmão Tadeu é que é talentoso para o vôlei e empurrou toda a família para o esporte", disse a respeito do jornalista e apresentador da Rede Globo, Tadeu Schmidt.

Piloto reformado da Marinha, Luiz Felipe mudava com frequência de cidade, em razão da carreira militar. Bruno nasceu em Brasília, mas, ainda bebê de 20 dias, com 20 dias, mudou para Cabo Frio, na região dos lagos do Rio de Janeiro. "Lá ele conheceu aquela vida idílica de surfar e jogar vôlei na praia. Ele era apaixonado por surfe e surfava muito bem", disse o pai.

Em meio a tanto mar na infância, a primeira escola de vôlei infantil que Bruno frequentou foi no bairro da Tijuca, perto do Maracanã, mas longe da praia. A escola do ex-jogador de vôlei Bernard funciona ao lado do Shopping Tijuca. "O primeiro treinador a reconhecer o talento do Bruno foi o Fernando "Robocop" Duarte. Bruno ganhou todos os jogos do circuito mirim em 2001".

Com Luiz Felipe sendo transferido para Manaus, em 1998, Bruno abandonou o surfe e ficou com o vôlei. "Ele se manteve no vôlei de quadra. Mas, sempre que podia, o levava para a praia."

Entre 2001 e 2004, Bruno e Luiz Felipe jogaram diversos campeonatos amadores como dupla. "Eu jogava porque queria ter a companhia do meu filho. Era o prazer de jogar como filho. Até poucos anos atrás, de vez em quando, ele me dava uma canjinha e fazia dupla comigo de novo para algum campeonato sem importância", contou o pai.

Luiz Felipe disse que, neste ano, por vezes chamava Bruno para participar de um churrasco, tomar cerveja, algo que o fizesse relaxar. Mas Bruno recusava o convite dizendo que iria cumprir rigorosamente o programa que traçara até a Olimpíada. "Vida de atleta é muito dura. As pessoas conhecem o glamour da vitória, mas até chegar nela o sofrimento é grande." Com informações da Folhapress.

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