Após bullying e 12 cirurgias, Alice Corrêa busca o pódio paralímpico
Duas vezes prata no Parapan de Toronto em 2015, Alice é esperança de medalha para o Brasil na Rio-2016
© Daniel Zappe/MPIX/CPB
Esporte Atletismo
A paratleta brasileira Alice Corrêa poderia não estar competindo se sua mãe tivesse seguindo a orientação de seu médico. Após ter sido diagnosticada com rubéola na gravidez, Marta Oliveira foi orientada a abortar. Os médicos diziam que a criança não falaria, ouviria ou pensaria. Sua mãe prefiriu ignorar a medicina e Alice nasceu. Cega, já fez 12 cirurgias, de acordo com o GloboEsporte.com, para tentar conseguir enxergar, sendo a primeira com 20 dias.
Alice andou apenas aos 9 anos, sofreu bullying na escola e aos 10 foi apresentada ao esporte, quanto entrou para o Instituto Benjamin Constant, no Rio, dedicado à deficientes visuais.
Duas vezes prata no Parapan de Toronto em 2015, Alice é esperança de medalha para o Brasil na Rio-2016. Ela disputará nesta sexta a final dos 100m para atletas com baixa visão.
Ao GloboEsporte, a atleta falou sobre a força de vontade de sua mãe:
"Olha, se eu fosse você, eu desistiria da sua filha porque ela só vai vegetar. Minha mãe falou: 'Eu não aceito isso para a minha filha, ela será diferente'". Após Alice começar a andar, sua mãe voltou ao médico e falou: "Olha só, você tinha razão quando disse que a minha filha não iria andar. Ela corre".
Em Londres-2012, aos 16 anos, Alice ficou sem sexto lugar. No Rio, ela espera conquistar o primeiro pódio paralímpico da carreira:
"Nossa briga é pelo terceiro lugar. Sempre sonhei em chegar numa final de deficiência visual. Só tem quatro atletas, as quatro melhores do mundo. Não estou acreditando até agora que eu consegui, parece que estou sonhando", afirmou.
Para o seu guia e treinador, Diogo Cardoso Alice está em seu auge na carreira:
"Ela está feliz, motivada e pode alcançar qualquer coisa. Ela está bem preparada e focada para superar cada vez mais e fazer o que ainda não fez nessa final. Correndo mais rápido, mais forte, para conquistar essa medalha".
Leia também: Terezinha Guilhermina é a velocista cega mais rápida do mundo; conheça