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Funcionário diz que receberia para atleta ter contrato no Santos

O observador técnico Carlos Antonio de Jesus teria feito um pedido para a comissão técnica do time sub-20 ajudar um jogador da base

Funcionário diz que receberia para atleta ter contrato no Santos
Notícias ao Minuto Brasil

05:00 - 21/11/18 por Folhapress

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Observador técnico do Santos, Carlos Antonio de Jesus fez um pedido para a comissão técnica do time sub-20 ajudar um jogador da base a conseguir contrato profissional. Ele afirmou que, caso isso acontecesse, receberia mesada de R$ 2 mil do pai do garoto.

O áudio foi enviado em junho pelo funcionário do clube, conhecido como Carlinhos da Adega, ao ex-supervisor do sub-20 Adriano Piemonte.

"[É o] Wesley de Mato Grosso. O pai até falou para mim que, se eu conseguir assinar um contratinho profissional, ele me dá dois contos por mês, mano. Vai me ajudar pra caramba. Falei isso para o [gerente da base Marco Antônio] Maturana. Falei: 'malandro, tem de fazer contrato com o meu menino lá.' O Santos não está me ajudando em nada. É lá do Mato Grosso, Wesley, um magrinho", disse em áudio enviado a Piemonte, ao qual a reportagem teve acesso.

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O jogador é Wesley Pinheiro Santos, 18, e o contrato foi firmado pouco tempo depois. O pedido da redação do acordo, registrado com o número 2018162, foi enviado por meio de um comunicado interno em julho deste ano. O vínculo do atleta com o Santos vai até 30 de junho de 2021.

A reportagem apurou que a solicitação que Carlinhos fez a outros funcionários foi por um acordo de R$ 4 mil mensais para Wesley. Quando o documento foi feito, esse foi o valor colocado como salário.

"Ele me mandou o áudio porque eu era supervisor e auxiliar técnico do Aarão [Alves, ex-técnico do sub-20]. Ele veio pedir para mim. Falei: 'ô Gordinho, se liga!' Chamei assim porque tenho intimidade com ele. Depois ele veio me falar pessoalmente, e perguntei se ele estava louco", disse Adriano Piemonte.

A discussão de contratos deve passar pelo Comitê de Gestão do clube. A reportagem falou com dois integrantes que estavam no órgão em julho deste ano, mas eles não se recordam do caso de Wesley.

Procurado pela reportagem, Carlinhos da Adega afirma não saber nem quem é o jogador. "Não conheço o garoto ou o pai dele. Nem tenho WhatsApp. Não tenho contato com nenhum jogador da base", afirma o observador técnico, que defende prestar serviços ao Santos por sua honestidade e competência.

O meia Wesley é considerado um jogador que pode crescer no clube. Ele diz saber quem é Carlinhos e que seu pai também o conhece. Mas afirma não ter conhecimento de qualquer pedido de contrato feito em seu nome.

"Quando fiz testes no ano passado, fiquei em uma pousada do lado da adega dele, mas só falava com ele quando ia comprar um refrigerante. Meu pai tomava cerveja onde era a adega", afirma o atleta.

O pai de Wesley, Carlos Pinheiro, confirma conhecer Carlinhos, mas diz que ele não teve qualquer relação na redação do contrato do seu filho.

"Ele [Wesley] está no Santos pelos seus méritos. Conheço o Carlinhos, ele trabalha no Santos. Eu bebia lá [na adega]. Moro no Mato Grosso do Sul e quando fui a Santos em julho conversei com o Maturana para ver o que poderiam fazer por ele. Foi quando assinamos o contrato", completa.

O vínculo de Wesley prevê remuneração por produtividade caso chegue ao profissional. Após os primeiros dez jogos em que for relacionado pelo treinador, o salário subirá para R$ 10 mil. Após atuar em dez partidas, R$ 15 mil.

Contratado em abril do ano passado, Carlinhos da Adega é um personagem controverso atualmente no Santos.

A diretoria quis saber quem tinha autorizado sua contratação, que não havia sido submetida ao Comitê de Gestão, como determina o estatuto.

O requerimento foi protocolado no departamento de recursos humanos do clube em 19 de julho deste ano e foi assinado pelo vice Orlando Rollo, já adversário político do presidente José Carlos Peres.

A resposta do RH foi que a comunicação interna que pedia a contratação do funcionário havia desaparecido.

Após a vitória do presidente José Carlos Peres em processo de impeachment, no final de setembro, o observador entrou em uma lista de demissões que tinha 16 nomes.

Mas ele não foi desligado da instituição porque apresentou um atestado médico por ter sofrido uma entorse no joelho e no tornozelo direito nas escadarias do clube.

Deveria retornar ao trabalho em 19 de outubro, mas nessa data apresentou requerimento para ser afastado pelo INSS e receber auxílio-doença, o que aconteceu.

Responsável pela base do Santos, Maturana considerou a acusação absurda e disse que o contrato do jogador foi feito após conversa com o pai.

"O Carlinhos é um falastrão, um cara totalmente sem credibilidade. Nunca conversaria com o Carlinhos nada a respeito disso. [Ele ser funcionário do clube] era uma situação política, ele não sabe o que é um lateral direito. Ficou aqui por acomodação política. Hoje no Santos não tem esquema na base", diz o gerente. Com informações da Folhapress.

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